Milhares de portugueses temem não conseguir pagar a casa. CHEGA culpa o Governo

© Folha Nacional

O mais recente estudo da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) mostra que um em cada dez portugueses teme não ter as condições financeiras necessárias para fazer face às despesas com a renda ou o crédito à habitação.

O inquérito foi realizado no ano passado, entre os meses de abril e setembro, numa altura em que a elevada inflação e a subida das taxas de juro já se faziam sentir. Porém, com o contínuo aumento das taxas de juro é possível que a percentagem de portugueses receosos com o futuro tenha aumentado.

De acordo com o referido relatório que, explica o Jornal de Negócios, foi complementado com dados oficiais dos estados-membros da União Europeia sobre rendimento e condições de vida, um quinto dos portugueses inquiridos teme que possa vir a ter dificuldades nos próximos três meses.

Para André Ventura, presidente do Partido CHEGA, a situação em que se encontram as famílias, no que concerne à habitação, é da “inteira responsabilidade” do Governo.

“O Governo apresentou um programa para a habitação que, bem ‘espremido’, é uma mão cheia de nada, a não ser um programa de arrendamento coercivo e expropriações”, referiu, apontando que é urgente implementar um conjunto de “incentivos fiscais à construção e incentivos públicos à construção e não mais carga fiscal”.

O presidente do terceiro maior partido português acusou o Executivo de “insistir em arrendar coercivamente, em expropriar, em criar contribuições extraordinárias”, distribuindo, assim, “habitação à custa da confiança dos proprietários, do mercado e dos arrendatários”.

Face ao exposto, recorde-se, o CHEGA apresentou, em fevereiro passado, o Programa ‘Habitação Com Confiança’ que consiste num conjunto de 10 medidas, entre as quais a isenção do pagamento de IMT, IMI e imposto de selo para quem comprar habitação própria até 250 mil euros, redução do imposto sobre as rendas para 5% no caso de contratos de longa duração e 10% para os restantes, benefícios ficais para quem reabilitar prédios devolutos destinados ao arrendamento ou a redução do IVA da construção civil.

O partido quer também apoios diretos para as famílias que viram a sua taxa de esforço “aumentar significativamente” na sequência da subida das taxas de juro, crédito bonificado para jovens, com o Estado fiador durante cinco anos, limitar a três o número de rendas que podem ser pedidas no início de novos contratos de arrendamento, um levantamento da habitação pública disponível e, ainda, sanções para o uso indevido de habitação pública.

Todas as medidas que foram já a votação no plenário foram chumbadas com o voto contra da maioria socialista, como de resto acontece com todas as iniciativas do CHEGA.

Ainda sobre o estudo do Eurofound e relativamente ao mercado da habitação, os dados revelam que 77% dos portugueses são proprietários, dos quais 38% já não têm hipoteca. Porém, a este respeito cabe ainda referir que Portugal registou um decréscimo do número de proprietários jovens (entre os 18 e os 40 anos).

Estes números justificam-se, também, pelo facto de os jovens saírem cada vez mais tarde da casa dos pais. Aliás, Portugal foi o país da União Europeia que, em 2021, viu os seus jovens saírem mais tarde da casa dos progenitores, apresentando uma média de idade de 33,6 anos, quando a média da União Europeia é de 26,5 anos.

Últimas de Política Nacional

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao INEM deverá realizar 115 audições, prevendo iniciar as reuniões nos dias 17 e 18 de dezembro, anunciou hoje a presidente da comissão, Marta Silva.
A discussão e votação na especialidade dos projetos de PSD, PS, CHEGA, IL, CDS-PP e PAN para regulamentar a atividade de lóbi foi hoje reagendada para a manhã da próxima sexta-feira.
O Parlamento aprovou hoje, na especialidade, um diploma de combate à lavagem de dinheiro através de criptoativos, para prevenir atividades ilícitas neste setor a partir de 01 de julho de 2026.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, rejeitou hoje que tenha pedido favores ao antigo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, referindo que apenas 'recomendou o perfil' de uma pessoa para desempenhar determinadas funções.
O candidato presidencial André Ventura considerou que o seu adversário Henrique Gouveia e Melo tem “todos os amigos” de José Sócrates consigo, desafiando-o a esclarecer o envolvimento de pessoas ligadas ao antigo primeiro-ministro na sua candidatura.
Afonso Camões apresentou esta terça-feira a demissão do cargo de mandatário distrital da candidatura de Henrique Gouveia e Melo, justificando a decisão com a necessidade de evitar “embaraços” ao ex-chefe da Marinha na corrida a Belém.
Portugal arrecadou 5,9 mil milhões de euros em impostos ambientais em 2024, alcançando o valor mais elevado de sempre e um crescimento de 4,2% face a 2023.
A sondagem ICS/ISCTE mostra Ventura a liderar nos atributos “líder forte” (22%) e “preocupação com as pessoas” (19%), superando os restantes candidatos.
Todos os autarcas do PSD que integraram o executivo da Junta de Freguesia de Fátima no mandato de 2017-2021 foram constituídos arguidos no âmbito do processo relativo às obras da Casa Mortuária de Fátima, estando acusados do crime de peculato.
O partido CHEGA alertou para os "graves prejuízos" causados pelo vírus da língua azul nas explorações de ovinos no Alentejo e questionou o Governo sobre medidas para travar a doença e apoios aos criadores.