PS foi essencial à estabilidade e teve negociações duras com Governo

© facebook/eurico.b.dias

O líder parlamentar do PS defendeu hoje que a sua bancada foi dialogante politicamente, essencial à estabilidade política ao chumbar moções de censura do CHEGA e Iniciativa Liberal e negociou por vezes duramente com o Governo.

Estas posições foram transmitidas por Eurico Brilhante Dias no jantar do segundo dia de Jornadas Parlamentares do PS no Funchal, durante um discurso em que fez uma espécie de balanço da primeira sessão legislativa na Assembleia da República.

Num discurso perante os seus deputados, Eurico Brilhante Dias procurou rejeitar a ideia de que lidera uma bancada sem autonomia perante o executivo de António Costa. Disse que os jornalistas “não imaginam como por vezes é dura a negociação com o Governo” e caracterizou o PS como um partido “radicalmente democrático”.

“Por isso, uma maioria do PS nunca é igual a uma maioria de direita. Fomos uma força decisiva para a preservação da estabilidade política em Portugal”, sustentou – aqui, numa alusão à rejeição das moções de censura do CHEGA e Iniciativa Liberal e antes de se referir às relações políticas da bancada socialista com as outras do parlamento, quer à esquerda, quer à direita.

Neste ponto, o presidente do Grupo Parlamentar do PS recusou a teoria da oposição “sobre a existência de um rolo compressor” na Assembleia da República, como resultado de uma maioria absoluta socialista.

“Isso é facilmente desmontado pelos números desta longa primeira sessão legislativa. É um equívoco, não acontece e não tem a ver com o nosso trabalho”, declarou.

“Fomos uma maioria de diálogo, ainda que firme no cumprimento do programa eleitoral do PS”, contrapôs, referindo a seguir uma série de dados que, na sua opinião, permitem compreender o que se passou nesta primeira sessão legislativa na Assembleia da República.

Segundo o líder da bancada socialista, nesta sessão legislativa, até agora, o Grupo Parlamentar do PS tem já 20 projetos de lei aprovados na generalidade, e apresentou mais de cem alterações às propostas do Governo de orçamentos do Estado para 2022 e 2023.

Ainda em relação aos orçamentos, repetiu que a sua bancada aprovou 144 propostas de alteração provenientes da oposição – números que disse contrastarem com o executivo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2015, que aprovou pouco mais de 40.

Eurico Brilhante Dias fez ainda questão de salientar que os dois orçamentos não tiveram apenas os votos da maioria absoluta socialista, tendo também contado com abstenções do PAN, Livre e até, por uma vez, em 2022, de deputados do PSD/Madeira.

Em relação a outras áreas de ação política, destacou propostas de alteração à Agenda para o Trabalho Digno, ao programa Mais Habitação e o “acompanhamento” das medidas de combate à inflação.

No caso da Agenda para o Trabalho Digno, referiu especificamente a introdução da presunção de contrato de trabalho no âmbito de plataforma digital, o aumento do número de faltas justificadas por morte de cônjuge, a possibilidade de obtenção baixa médica através do serviço SNS 24, e o alargamento do direito ao teletrabalho aos pais com filhos com deficiência crónica, independentemente da idade.

Já no caso do pacote sobre habitação, a ação da bancada socialista centrou-se na alteração ao código de IRS para premiar rendas mais baixas, na limitação dos benefícios fiscais aos fundos de investimento imobiliários, na impenhorabilidade do apoio à renda, na contribuição extraordinária sobre o alojamento local e no alargamento dos benefícios para arrendamento ao alojamento estudantil.

Num jantar em que estiveram presentes vários dirigentes do PS/Madeira, o presidente do Grupo Parlamentar do PS também procurou evidenciar avanços em matéria de coesão territorial, defendendo que os seus deputados deram contributos, ou estiveram diretamente envolvidos, na alteração aos Estatutos dos Eleitos Locais, no projeto de lei sobre os Politécnicos, e no reforço da transferência de competências no âmbito do processo de descentralização.

Últimas de Política Nacional

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.
André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.