Segundo os dados, o bloco central e o bloco da cirurgia ambulatória do Hospital de Santarém estão encerrados e no Hospital Fernando Fonseca (HFF) estão apenas a funcionar duas salas de bloco operatório.
Nos hospitais de Évora e Beja “as cirurgias estão paralisadas a 100%”, disse Maria João Tiago, apontando também o encerramento do centro de saúde do Covelo, no Porto, devido à paralisação dos médicos.
Sobre os níveis da adesão à greve, a dirigente sindical estimou que se mantenha na casa dos 90%, uma “forte adesão” que atribuiu “ao descontentamento destes 14 meses de negociação e das condições” de trabalho, que têm levado à saída de médicos do Serviço Nacional de Saúde.
Maria João Tiago referiu que o Sindicato Independente dos Médicos vai entregar hoje à tarde uma carta na residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em que explica as razões desta greve e pretende também sensibilizar para “os problemas” de 1,6 milhões de utentes sem médico de família e para as listas de espera para cirurgias e consultas, muitas vezes a rondar os dois anos.
“Este Governo está lá há sete anos e andamos há 14 meses em negociações, fizemos um protocolo e nunca tivemos uma proposta por escrito. No fundo, na carta vão estas preocupações que o Sindicato Independente dos Médicos tem, para ver se ajuda o senhor ministro da Saúde, o doutor Manuel Pizarro, a negociar com os médicos de modo a garantir que a saúde dos portugueses melhore um pouco”, disse a dirigente sindical, notando que, neste momento, metade dos portugueses já tem necessidade de recorrer a um seguro de saúde privado para poder satisfazer as suas necessidades de saúde.
Questionada se o SIM já recebeu a proposta da grelha salarial dos médicos, Maria João Tiago disse que ainda não, mas disse acreditar que o ministro da Saúde irá enviá-la hoje, para que o sindicato a possa “finalmente” analisar e, se for caso disso, “fazer uma contraproposta, uma negociação”.