A greve dos trabalhadores do setor das carnes registou hoje cerca de 80% de adesão, “com muito impacto na produção”, disse à Lusa Marcos Rebocho, do Sindicato Nacional da Indústria Alimentar (Stiac).
De acordo com o sindicalista, “o objetivo de hoje era mobilizar os trabalhadores” e gerar “impacto nas empresas”, tendo sido realizado um protesto à porta da associação patronal APIC (Associação Portuguesa dos Industriais das Carnes), “porque o que está aqui em causa é a contratação coletiva”, adiantou.
A greve e o protesto juntaram trabalhadores de várias empresas do setor, incluindo a Nobre e a Izidoro, que protestaram junto à APIC, onde, segundo Marcos Rebocho, não estava ninguém para os receber.
“Aprovámos uma moção”, indicou, revelando que os trabalhadores deixaram a moção na caixa do correio, e irão ainda enviá-la por ‘e-mail’.
“Vamos enviar agora para a associação patronal uma proposta de contratação coletiva e depois vamos dar um mês” à entidade para responder, e “conforme a resposta ou a falta dela”, disse, os trabalhadores do setor irão avançar com uma possível greve nos dias 02 e no dia 03 de novembro.
Marcos Rebocho criticou ainda o comportamento da associação, destacando que, no passado, tem andado a “entreter” os trabalhadores, marcando e desmarcando reuniões.
“Ou então vão marcar uma reunião, até nos recebem, dizem que vão pensar e depois estão um ano a pensar”, disse.
Os trabalhadores do setor das carnes estão hoje em greve, reivindicando aumentos e melhores condições de trabalho, de acordo com um comunicado do Stiac.
A paralisação tem como objetivo a negociação de um contrato coletivo de trabalho, “pela defesa dos direitos e melhores condições de trabalho”, bem como por “aumentos salariais dignos”.
Os trabalhadores exigem um salário mínimo “de 850 euros com efeitos imediatos”, o fim da precariedade, progressões na carreira, o dia de aniversário do trabalhador ou do filho até 12 anos e 25 dias de férias.
As reivindicações incluem ainda melhores condições de trabalho, a negociação do caderno reivindicativo, um acordo de empresa, diuturnidades para todos os trabalhadores, a atualização do subsídio de alimentação para sete euros por dia e um horário de trabalho de 35 horas semanais.