Viticultores “vão abandonar o Douro” por falta de sustentabilidade

O atraso na revisão do quadro regulamentar da Região Demarcada do Douro pode resultar num abandono de viticultores devido à falta de sustentabilidade económica, advertiu hoje o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão.

© D.R

O atraso na revisão do quadro regulamentar da Região Demarcada do Douro pode resultar num abandono de viticultores devido à falta de sustentabilidade económica, advertiu hoje o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão.

“A região tem que encontrar soluções, porque da forma como estão a caminhar não é sustentável e, portanto, é muito provável que, a não se fazer nada, haja muito abandono de vinha na região do Douro e ninguém quer isso”, afirmou hoje Frederico Falcão à Lusa, em Londres, à margem de uma prova de vinhos portugueses.

O responsável comentava o recente abaixo-assinado, de mais de mil pessoas ligadas à região, a pedir uma reforma urgente do quadro regulamentar da região, imutável há quase 100 anos, na sequência de uma intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no mesmo sentido.

Segundo Falcão, em causa está um “problema estrutural” devido à produção na região de Vinho do Porto e de vinhos não fortificados, criando um “desequilíbrio muito grande em termos de preços”.

“É uma região de pequenas propriedades, em que as pessoas dependem muito daquela atividade e em que muitas vezes o preço da uva fica abaixo do preço de produção”, explicou.

O problema é conhecido há muito tempo e já foram feitos vários estudos, recordou, mas “não se decidem sobre o caminho a tomar e é urgente que se tome uma decisão”.

“É um meio muito, muito rural e cada vez mais desertificado, e quem tem pequenas propriedades, se continuar a perder dinheiro com a venda das uvas, naturalmente vai abandonar a atividade”, advertiu.

O Ministério da Agricultura adiantou à Lusa, no início deste mês, que foi “criado um grupo de trabalho e estimulada a elaboração de um estudo analítico ou ‘masterplan’, com o objetivo de serem estudadas propostas e medidas concretas com vista à valorização da região demarcada e da sua competitividade e sustentabilidade”.

Últimas de Economia

O Tribunal de Contas (TdC) detetou que a TAP executou vários contratos sem visto prévio obrigatório, violando a lei que rege a despesa pública, tendo remetido as conclusões para o Ministério Público.
No final de abril, o endividamento do setor privado representava cerca de 459.800 milhões de euros, enquanto perto de 369.600 milhões de euros diziam respeito ao setor público.
O índice de preços da habitação aumentou 16,3% no primeiro trimestre em termos homólogos, mais 4,7 pontos percentuais do que no trimestre anterior, divulgou hoje o INE.
O número de beneficiários de prestações de desemprego subiu 2% em maio, face ao período homólogo, mas caiu 4,3%, face a abril, para 187.654, segundo a síntese estatística da Segurança Social hoje divulgada.
O valor total aplicado em certificados de aforro aumentou em maio para 37.498 milhões de euros, um novo máximo histórico, apesar do abrandamento nas novas subscrições, segundo dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal (BdP).
A Comissão Europeia decidiu hoje vetar as empresas chinesas das licitações públicas de produtos médicos que ultrapassem os cinco milhões de euros na União Europeia, como resposta às restrições que as empresas europeias enfrentam no mercado chinês.
Foi graças ao CHEGA que o Governo optou por avançar apenas com uma privatização parcial da TAP, limitando-se a colocar até 49% do capital da companhia aérea no mercado. A posição firme do partido à entrega do controlo da empresa a privados acabou por travar a intenção de uma venda maioritária já nesta fase.
Os municípios onde estão instalados centros produtores de energia elétrica têm direito ao pagamento de uma renda anual, confirma um parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) remetido à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
A taxa de inflação homóloga da área do euro desacelerou para 1,9% em maio, confirmou hoje o Eurostat, que indica também um abrandamento de 2,2% para a da União Europeia (UE).
A União Europeia (UE) recusou realizar uma reunião económica de alto nível com a China antes da cimeira de líderes prevista para julho, devido à falta de progressos em várias disputas comerciais, revelou hoje o jornal Financial Times.