Começou julgamento de médicos que retiraram mama saudável sem autorização

O julgamento de dois médicos acusados de amputar uma mama saudável a uma mulher em 2016 iniciou-se hoje no Tribunal do Bolhão, no Porto, com os dois cirurgiões a recusarem prestar declarações, tendo apenas sido ouvida a vítima.

julgamento iniciou-se depois da tentativa, por parte da defesa, para que fosse adiado, argumentando estar a aguardar um parecer técnico “importante”, o que foi indeferido pelo juiz.

Na sequência, os advogados de defesa dos dois cirurgiões alegaram que o processo criminal já tinha prescrito, a que a acusação e o Ministério público se opuseram, alegando que o mesmo só prescreve em setembro de 2026.

Durante a manhã, foi ouvida Susana Tomé que em março de 2016, na sequência de um carcinoma, entrou na sala de operações para retirar a mama direita, tendo-lhe sido amputados as duas, sem que tenha assinado autorização para tal.

“Mais de sete anos depois dos factos, o julgamento vai continuar e vai ser feita a justiça que resultar da prova produzida. Prova-se, o crime é punido. Não se prova, é absolvido, é assim que deve ser”, disse aos jornalistas o advogado de Susana Tomé.

Rui da Silva Leal explicou que “o que está em causa é saber se foi dado ou não consentimento por parte da queixosa para uma determinada intervenção cirúrgica. É só isso que está em causa”.

À saída da audiência, Susana Tomé disse sair “com a convicção plena que eles continuam a tentar protelar”. “Este caso baseia-se num facto, que se baseia num consentimento informado que eu assinei e que não foi respeitado por estes dois arguidos. Tentam contornar por outros meios e outras formas, algo que é tão simples quanto isso”.

“Sete anos, seis meses e seis dias” depois da cirurgia, Susana Tomé, que se constituiu assistente no processo, continua a aguardar que “os dois médicos sejam responsabilizados” por um ato que destruiu “uma parte” da sua vida.

Tentaram propor um acordo no dia 02 de março, “só que não mostraram qualquer tipo de interesse para o fazer, o que, para mim, foi mais um gozo que me fez sofrer mais. Para mim é imperdoável”.

O julgamento prossegue durante a tarde, estando já agendada uma nova sessão para 21 deste mês.

Os clínicos em causa foram punidos pela Ordem dos Médicos com suspensão de atividade, num caso por 10 dias e noutro por 21.

Últimas do País

A PSP e a GNR detiveram na última semana cerca de 1.150 pessoas em operações especiais de Páscoa, mais de metade delas por conduzirem embriagadas ou sem carta, segundo os balanços provisórios de hoje das duas entidades.
Mais de 180 quilos de carne proveniente de abate ilegal, destinada a estabelecimentos de restauração e comércio alimentar na região da Grande Lisboa, foram apreendidas em Torres Vedras numa operação de fiscalização da GNR, foi hoje anunciado.
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar sob aviso laranja a partir das 18:00 de hoje, devido à previsão de agitação marítima, segundo o IPMA.
“O CHEGA não se deixará intimidar por atos cobardes e antidemocráticos levados a cabo pela calada da noite”, pode-se ler em comunicado enviado às redações. O partido vai apresentar queixa às autoridades.
Quatro pessoas foram esta sexta-feira resgatadas em Manteigas, no distrito da Guarda, após ficarem sem ter como sair de um percurso pedonal na Nave da Mestra, na Serra da Estrela, anunciou fonte da Proteção Civil.
Um homem de 51 anos foi detido na noite de quarta-feira, em Leiria, pela suspeita do crime de violência doméstica agravado contra a companheira, revelou hoje a PSP.
Mais de 1.500 acidentes rodoviários, dos quais resultaram dois mortos, 30 feridos graves e 447 feridos ligeiros, foram registados pela GNR durante a Operação Páscoa 2025, que começou na sexta-feira, segundo um balanço provisório hoje divulgado.
Quase 300 pessoas foram detidas nos últimos sete dias por crimes rodoviários, sobretudo por conduzirem embriagadas, e oito por suspeita de violência doméstica, segundo um balanço da operação Páscoa em Segurança da PSP hoje divulgado.
Os trabalhadores dos museus e monumentos nacionais iniciam hoje uma greve ao trabalho suplementar e em dias de feriado, convocada até 31 de dezembro pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).
A lei que agrava as penas para quem agredir polícias, guardas prisionais e bombeiros, ao mesmo tempo que alarga a isenção do pagamento de custas judiciais a professores e médicos agredidos, entrou hoje em vigor.