“Quando há dois dias na receção oferecida aos chefes de Estado e de Governo pelo Presidente Biden chegou a minha vez de falar com ele, de que é que ele falou em primeiro lugar? Da comunidade portuguesa e luso-americana aqui nos Estados Unidos, para elogiar”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Num discurso perante cerca de 400 pessoas, em Tarrytown, que fica a cerca de 50 quilómetros para norte da cidade de Nova Iorque, o chefe de Estado acrescentou: “[Joe Biden] sabia quantos éramos, a importância que tínhamos, o peso que temos, sabia que somos uma comunidade com futuro”.
“Temos muitos e muitos jovens. É uma comunidade jovem, é uma comunidade com futuro”, considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa falava na quinta-feira à noite, já de madrugada em Portugal, numa gala da associação New York Portuguese American Leadership Conference (NYPALC), que agrega dezenas de organizações luso-americanas do estado de Nova Iorque.
O chefe de Estado aproveitou esta ocasião para apelar aos emigrantes portugueses para que permaneçam “ligados à pátria das raízes” também na participação política e “não deixem de votar” nas eleições em Portugal, observando que está à vontade para fazer esse apelo porque não irá mais a votos.
Por outro lado, defendeu que a língua portuguesa – “uma das cinco mais faladas no mundo” e “a língua mais falada no hemisfério sul” – constitui “uma mais valia” para as gerações mais novas nos Estados Unidos, referindo que “aqueles lusodescendentes que falam português recebem em média mais um quarto do ordenado do que os outros residentes” e “têm mais habilitações superiores”.
Nesta intervenção, o Presidente da República descreveu os portugueses como um povo que se destaca por ser “capaz de dialogar com todos, mesmo quando eles não dialogam entre si”, e manifestou orgulho no secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que apontou como um exemplo dessa capacidade de diálogo.
“Nós temos esse orgulho. Nós chegamos a qualquer ponto do mundo, falamos aquela língua, assumimos aquela cultura. Não perdemos as nossas raízes nem as nossas tradições, mas integramo-nos”, sustentou, acrescentando: “Fazemos isso como respiramos, é a nossa maneira de ser, e por isso eles gostam de nós”.
Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que estava há anos para participar numa gala da NYPALC, mas surgia sempre “uma dificuldade de última hora”, e recebeu aplausos quando exclamou que “há mais Nova Iorque para além de Manhattan”.
O chefe de Estado chegou no domingo à noite aos Estados Unidos, para participar na 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU e em encontros paralelos de alto nível entre representantes dos 193 países membros desta organização.
Antes de viajar hoje à noite de regresso a Portugal, terá mais dois encontros com emigrantes portugueses e lusodescendentes, em duas cidades do estado norte-americano de New Jersey, Elizabeth e Newark.