Brilhante Dias adverte que Gomes Cravinho pode estar a ser vítima de quem cometeu crimes

O líder parlamentar do PS assinalou hoje que as acusações contra o ministro João Gomes Cravinho partem de um arguido no processo “Tempestade Perfeita” e pode estar a ser vítima de quem cometeu crimes.

© Folha Nacional

 

Esta posição foi transmitida por Eurico Brilhante Dias em declarações aos jornalistas no aeródromo de Ponte de Sor, distrito de Portalegre, no âmbito das reuniões descentralizadas da direção do Grupo Parlamentar do PS.

Interrogado se João Gomes Cravinho tem condições políticas para continuar a desempenhar as funções governativas depois dos últimos desenvolvimentos cometidos no âmbito do processo “Tempestade Perfeita”, Eurico Brilhante Dias pediu uma leitura atenta à notícias publicada pelo semanário Expresso na passada sexta-feira.

“Custa-me que as pessoas não leiam a notícia toda daquilo que saiu num jornal semanário na sexta-feira. A notícia diz, preto no branco, que a personalidade em causa, arguido nesse processo, é uma personalidade, diz o mesmo jornal, que foi escutada junto de outros arguidos a montar uma estratégia de envolvimento dos políticos”, reagiu o líder da bancada socialista.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS disse que lhe custa que se faça política acusando o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, “quando se sabe que esse conjunto de pessoas, que tem naturalmente e legitimamente direito à presunção da inocência, foi escutada a procurar envolver políticos para desviar as atenções”.

“Nesta fase, o mais fácil é acusarmos o ministro que estava em funções. Provavelmente, está a ser vítima daqueles que comentaram crimes no Ministério da Defesa. Devemos de apoiar todas as investigações que apurem a verdade. Apontar o dedo ao ministro que estava em funções é apenas uma forma de desviar as atenções. Isso é provavelmente o que queriam os atuais arguidos”, advertiu o presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Eurico Brilhante Dias repetiu a sua tese de que a “área da Defesa precisa de uma auditoria geral”.

“Hoje, temos notícias que a auditoria está de facto a ocorrer por iniciativa da senhora ministra”, Helena Carreiras, acrescentou.

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros repudiou de forma “veemente e inequívoca” qualquer ligação a alegados casos de corrupção na Defesa, reiterando não ter estado envolvido no polémico contrato com o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.

O Expresso noticiou que um dos arguidos no caso “Tempestade Perfeita”, Paulo Branco, à época responsável financeiro na Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, implicou João Gomes Cravinho no caso do contrato de assessoria no valor de cerca de 50 mil euros celebrado com Marco Capitão Ferreira.

Segundo o semanário, Paulo Branco declarou que o então ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, “tinha concordado” ou até “pedido” para se fazer um contrato de assessoria com Capitão Ferreira para o compensar e “pôr as contas em dia” pelos trabalhos realizados numa “comissão fantasma” que funcionava na órbita do seu gabinete.

Esta acusação foi negada por João Gomes Cravinho.

“Repudio de forma veemente e inequívoca a sugestão feita na manchete do jornal Expresso”, afirmou João Gomes Cravinho.

Últimas de Política Nacional

A averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, foi arquivada na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Judiciária entrou esta terça-feira na Câmara de Mirandela e em empresas privadas para investigar alegadas ilegalidades em contratos urbanísticos. O processo envolve crimes de prevaricação e participação económica em negócio, com seis arguidos já constituídos.
André Ventura deixou claro que não está disposto a ceder no que entende serem valores essenciais, assegurando que não prescinde do seu direito à liberdade de expressão nem aceita qualquer imposição que limite a sua voz política.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje solicitar à Comissão de Transparência a abertura de um inquérito por "eventuais irregularidades graves praticadas" pela deputada do BE Mariana Mortágua por um gesto dirigido a Paulo Núncio.
André Ventura enfrenta hoje a Justiça por causa de cartazes de campanha que defenderam que 'Os ciganos têm de cumprir a lei'. O líder do CHEGA responde em tribunal num processo que volta a colocar frente a frente liberdade de expressão, discurso político e os limites da lei.
Enquanto a Polícia Judiciária o detinha por suspeitas de centenas de crimes de pornografia de menores e abusos sexuais de crianças, o nome de Paulo Abreu dos Santos constava, não num processo disciplinar, mas num louvor publicado no Diário da República, assinado pela então ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro.
O líder do CHEGA e candidato presidencial, André Ventura, disse esperar que o Tribunal Constitucional perceba que o “povo quer mudança” e valide a lei da nacionalidade, alegando que é baseada num “consenso nacional”.
O tenente-coronel Tinoco de Faria, que abandonou a sua candidatura a Belém e declarou apoio a André Ventura, passa agora a assumir um papel central na campanha do líder do CHEGA, como mandatário nacional.
Cinco deputados sociais-democratas, liderados por Hugo Soares, viajaram até Pequim a convite direto do Partido Comunista Chinês. A deslocação não teve carácter parlamentar e escapou às regras de escrutínio da Assembleia da República.
Saiu do Executivo, passou pelo Parlamento e acaba agora a liderar uma empresa pública com um vencimento superior ao que tinha no Governo. Cristina Vaz Tomé foi escolhida para presidir à Metro de Lisboa e vai ganhar cerca de sete mil euros mensais, com despesas da casa pagas.