Cerca de 600 bombeiros lutam contra o relógio para conter os incêndios na cidade de Briagolong, a mais de 250 quilómetros a leste de Melbourne, e que é, no momento, a maior preocupação das autoridades, bem como em localidades vizinhas de Gippsland, no extremo sudeste australiano.
Os ventos fortes, que deverão atingir ao longo do dia de hoje velocidades superiores a 100 quilómetros por hora, levaram a que o incêndio de Briagolong aumentasse significativamente, alcançando uma área de 170 quilómetros.
O fogo que avança com os ventos ameaça pôr em perigo a vida dos habitantes e as suas casas. As autoridades ordenaram aos residentes em Briagolong e arredores para se abrigarem dentro de casa, uma vez que “é demasiado tarde para se deslocarem”.
No estado insular vizinho da Tasmânia, um incêndio deflagrou na ilha Flinders e em Nova Gales do Sul os bombeiros lutam contra 82 incêndios florestais, 16 dos quais estão fora de controlo, num dia em que as temperaturas vão alcançar os 40 graus Celsius em algumas jurisdições.
Nova Gales do Sul foi palco de devastadores incêndios no chamado “verão negro” de 2019-2020, que mataram 33 pessoas.
Esses incêndios também queimaram cerca de 24 milhões de hectares no leste do país e afetaram cerca de três mil milhões de animais.
Especialistas confirmaram, no mês passado, que a Austrália vai enfrentar este ano um aumento das temperaturas e um clima mais seco do que o habitual devido ao El Nino, fenómeno meteorológico natural causado pelas correntes no Oceano Pacífico que, exacerbado pelo aquecimento global, pode levar a incêndios devastadores.