Em declarações aos jornalistas, no início de uma iniciativa sobre sem-abrigo, em Lisboa, André Ventura começou por condenar “sem reservas” o ataque com tinta verde ao ministro das Finanças por uma ativista climática, na sexta-feira, mas lamentou que Fernando Medina tenha ironizado que tinha pelo menos uma apoiante pela subida do IUC.
“Foi de muito mau gosto que o ministro tenha brincado com a situação do IUC e um aumento que vai afetar tantas famílias, sobretudo os mais pobres que não conseguem comprar carros mais recentes”, disse.
Por entender que “o Governo deve parar para pensar”, o CHEGA decidiu “promover uma grande concentração” para tentar, ainda antes da votação do Orçamento do Estado, que o executivo possa, pelo menos, rever o montante dos aumentos.
“Não está definida a data, será em breve”, afirmou, apontando para a sua realização desta iniciativa antes da votação do Orçamento na generalidade, marcada para 31 de outubro.
André Ventura considerou que esta é uma questão “suprapartidária”, dizendo querer sensibilizar pessoas de todo o espetro político e até do PS.
“Do que sei, há dentro do PS alguma preocupação com esta questão pelo impacto na classe média baixa”, disse, esperando que a bancada socialista consiga sensibilizar o Governo para que haja alguma redução dos aumentos previstos.
“Este aumento na verdade é um saque fiscal”, afirmou.
Em causa está uma medida do OE2024 que altera as regras de tributação, em sede de IUC, para os veículos da categoria A de matrícula anterior a 2007 e motociclos (categoria E), determinando que estes deixem de ser tributados apenas com base na cilindrada (como sucede atualmente), passando a ser considerada a componente ambiental.
A subida não pode ultrapassar anualmente os 25 euros.