BCE aguarda conclusão da Comissão de Ética do BdP sobre Centeno

O BCE está a aguardar a avaliação da Comissão de Ética do Banco de Portugal sobre a conduta do governador, Mário Centeno, depois de o primeiro-ministro ter proposto o seu nome para o substituir.

© Folha Nacional

“O Comité de Ética do Banco Central Europeu [BCE] será informado sobre o resultado da avaliação da Comissão de Ética do Banco de Portugal”, respondeu fonte oficial da instituição sediada em Frankfurt em resposta à Lusa.

Hoje à tarde reúne-se a Comissão de Ética do Banco de Portugal para avaliar um eventual conflito de interesses depois de o governador, Mário Centeno, ter sido proposto pelo atual primeiro-ministro para o substituir no cargo. Ainda não é conhecido se a comissão presidida por Rui Vilar irá falar publicamente sobre o tema.

O BCE tem um Código de Conduta dos Atos Responsáveis que refere que a conduta dos seus membros deve atender aos princípios de “honestidade, independência, isenção e discernimento, e sem atender a interesses próprios”. Neste caso, tem sido a independência de Mário Centeno que tem sido questionada por partidos da oposição.

Apesar de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já ter decidido que haverá eleições legislativas antecipadas, na sequência da demissão de António Costa, este caso está a suscitar questões e hoje Mário Centeno esclareceu que não foi convidado pelo Presidente da República para chefiar o Governo.

“É inequívoco que o senhor Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo”, já que optou por dissolver a Assembleia da República, afirmou Mário Centeno em comunicado, corrigindo, assim, declarações feitas ao Financial Times.

As declarações de Mário Centeno surgem horas depois do Presidente da República negar que tenha convidado quem quer que seja para chefiar o Governo, incluindo o governador do Banco de Portugal, ou autorizado qualquer contacto para este efeito, depois de Centeno ter afirmado ao jornal Financial Times que recebeu “um convite do Presidente e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo”.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, no sábado, que falou com o governador do Banco Portugal para a possibilidade de lhe suceder como líder de um novo executivo, sem eleições antecipadas, com o conhecimento do Presidente da República.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro, na terça-feira.

António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.
A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.