CHEGA quer vencer eleições à direita e estar presente num Governo alternativo ao PS

O líder do CHEGA estabeleceu hoje como objetivo para as eleições "vencer à direita", mas referiu que, independentemente do resultado, quer "dizer presente à construção de um Governo alternativo", afirmando que o importante é "derrubar o PS".

© Folha Nacional

Em conferência de imprensa antes de uma reunião da Direção Nacional do CHEGA, em Lisboa, André Ventura defendeu que “os portugueses querem uma alternativa” ao atual Governo do PS e assegurou que o seu partido está empenhado em construí-la.

“O objetivo será vencer à direita estas eleições, tornarmo-nos no partido de referência da oposição ou do Governo e conseguirmos liderar a construção dessa alternativa”, referiu André Ventura, que não quis estabelecer uma meta em termos de percentagem ou número de deputados.

Ventura indicou, contudo, que, independentemente do resultado das eleições de 10 de março, o CHEGA irá “dizer presente à construção de um Governo alternativo”, salientando que o seu principal objetivo “é haver uma maioria parlamentar à direita capaz de derrubar o PS”.

“Se liderarmos, ficarei contente, mas, quer a liderar, quer ficar em segundo à direita, a minha atitude vai ser a mesma: conversar com todos os partidos à direita para termos uma alternativa”, referiu.

Respondendo a António Costa – que considerou este sábado que o CHEGA “só traz instabilidade” e não é para governar -, Ventura disse não reconhecer ao primeiro-ministro “a legitimidade, nem o nível e a elevação moral de pôr em causa a idoneidade do CHEGA para governar Portugal”.

“A ideia de que o CHEGA é causador de instabilidade, de que é uma ameaça à democracia, poderia ser discutida se não viesse do homem que já provocou duas dissoluções da Assembleia da República”, criticou.

Para Ventura, “o acenar permanente do medo que vem aí o CHEGA, sabendo perfeitamente que nenhuma maioria será possível sem o CHEGA, é apenas um trunfo que os socialistas vão usar até à exaustão nesta campanha eleitoral”.

Dirigindo-se assim ao PSD, o líder do CHEGA defendeu que os dois partidos têm “a responsabilidade” de construir uma alternativa, acrescentando que “fazer o contrário é o jogo do PS e aquilo que o PS quer”.

“Mesmo que a IL diga ‘connosco não’, o telefonema lá acontecerá no dia 10 [de março] à noite. Mesmo que o líder do PSD diga que se vá embora, ligarei para quem for: para o líder, para o ex-líder, para o futuro líder, para o Pedro Passos Coelho”, referiu, acrescentando que, com Passos Coelho, talvez surgisse “um grande Governo à direita”.

Questionado se, caso o PSD não aceite formar Governo com o CHEGA, o partido aprovaria o seu programa de Governo, Ventura respondeu que não faz sentido um partido ter “18% ou 22%” dos votos e não integrar um executivo, mas referiu que o partido “não vota contra por votar” e que, quando “as coisas são boas”, vota a favor.

“Agora, vamos dizer ao Presidente da República que tanto pode dar para um lado como para o outro e o país se calhar amanhã não tem Governo outra vez? Cabe-nos dizer ao Presidente: estamos aqui, e temos condições para governar, se for preciso com acordo escrito”, disse.

Nestas declarações aos jornalistas, o líder do CHEGA reagiu também às trocas de palavras entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, considerando “intolerável, de muito mau tom e com grande falta de bom senso” que o primeiro-ministro “entre numa lógica de ataque permanente a Belém”.

Ventura apelou a que Marcelo Rebelo de Sousa explique ao país por que motivo pediu à Procuradora-Geral da República para ir a Belém no dia 07 de novembro, e acusou o primeiro-ministro e o PS de estarem a fazer “um ataque sem nome” à Justiça.

“Nós apelamos ao senhor primeiro-ministro que, nos últimos dias de exercício no cargo, o consiga fazer com dignidade e não com um espírito trauliteiro, agressivo, de dominação sobre os órgãos da Justiça”, afirmou.

Últimas de Política Nacional

A adesão à greve dos técnicos auxiliares de saúde rondou os 80% no turno da noite, afetando essencialmente serviços de internamento e urgências hospitalares, disse à Lusa uma fonte sindical.
Mais dois nomes estão na ribalta por corrupção e não só. E o que não surpreende, nem ao CHEGA, nem a ninguém, é serem nomes ligados ao PS e PSD.
O CHEGA avisou, mas ninguém ouviu. A imigração está a escalar em Portugal e agora é o próprio Governo e a AIMA que admitem.
A distribuição dos lugares no hemiciclo da Assembleia da República continuou hoje sem reunir consenso na conferência de líderes e será agora alvo de um projeto de deliberação elaborado pelo presidente da Assembleia da República.
O líder do CHEGA, André Ventura, criticou hoje a recondução das ministras da Justiça e da Saúde no novo Governo e acusou o primeiro-ministro de "teimosia", dizendo que esperava mudanças em "áreas-chave".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, conta receber hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para lhe apresentar a composição do XXV Governo Constitucional, ao qual prevê dar posse na quinta-feira.
O deputado do PSD José Pedro Aguiar-Branco foi hoje reeleito presidente da Assembleia da República, com 202 votos a favor, 25 brancos e três nulos, na primeira reunião plenária da XVII Legislatura.
O presidente do CHEGA criticou hoje a escolha de Rui Rio para mandatário nacional da candidatura de Gouveia e Melo a Presidente da República e remeteu para as próximas semanas a posição do partido nessas eleições.
O Presidente do CHEGA disse esta terça-feira que o partido vai fazer oposição "com firmeza" e antecipou que manterá o mesmo tom nas sessões plenárias, justificando que os portugueses valorizaram nas urnas a postura adotada até agora.
A primeira sessão plenária da XVII legislatura durou hoje cerca de seis minutos e foi conduzida pelo presidente do parlamento cessante e recandidato ao cargo, José Pedro Aguiar-Branco, começando com algum atraso e muitas mudanças nos lugares.