Rui Cristina cita Mota Pinto e Sá Carneiro para justificar estar no CHEGA

Numa iniciativa destinada a apresentar as linhas gerais do programa eleitoral do CHEGA, Rui Cristina -- que na passada semana se desfiliou do PSD e passou a deputado não inscrito -- foi um dos oradores mais aplaudidos da tarde no Centro Cultural de Sacavém, no distrito de Loures.

© Folha Nacional

 

O ainda deputado, que será cabeça de lista pelo CHEGA por Évora nas legislativas de 10 de março, fez questão de dizer que “não foi de um dia para o outro” que tomou esta decisão.

“Conheço André Ventura desde o congresso 2016, sou candidato independente pelo CHEGA porque acredito no André, no projeto político que o CHEGA tem para o nosso país. Desde 2019, as políticas do Chega têm conquistado os portugueses: primeiro com um deputado, agora com 12 e amanhã muitos mais”, disse, recordando a frase do ex-líder do PSD Carlos Mota Pinto “hoje somos muitos, amanhã seremos milhões”.

Mais à frente, haveria de citar também o fundador do PSD Francisco Sá Carneiro sobre a dificuldade de ser eleito por Évora, círculo em que o CHEGA não tem deputados.

“A política sem risco é uma chatice”, disse.

O deputado considerou que o CHEGA poderá trazer a “necessária estabilidade governamental a Portugal” e disse ser “inadmissível” que se continue a lidar com a corrupção “nos partidos do arco de poder”.

“Não bastava o gabinete do primeiro-ministro, agora também na Madeira”, disse, numa referência ao processo que já levou à demissão do social-democrata Miguel Albuquerque.

Rui Cristina disse estar alinhado com o CHEGA em áreas como a educação, saúde e justiça e considerou que este partido “é atualmente a força política que tem um projeto político para mudar o país”.

Eduardo Teixeira, outro antigo deputado do PSD, que será cabeça de lista do Chega por Viana do Castelo, dirigiu-se a André Ventura como “grande líder” e disse ser mentira que só seja candidato por este partido por não ter lugar nas listas dos sociais-democratas.

Ao longo de quase cinco horas, mais de vinte oradores apresentaram algumas das linhas do programa eleitoral do CHEGA, que será divulgado na íntegra na próxima semana.

No capítulo das infraestruturas, o deputado Filipe Melo deixou o compromisso de que, se o Chega for Governo, o novo aeroporto de Lisboa será “um projeto que vai ser facilmente posto em prática” e vai querer que o executivo entre na gestão da ANA.

“Não pode ser tudo posto nas mãos dos privados”, defendeu.

Sobre a venda da TAP, referiu que o CHEGA não coloca restrições à sua privatização, mas irá exigir igualmente que “o Governo tenha assento no conselho de administração”, que se mantenha o ‘hub’ em Lisboa, bem como a manutenção de “todos os postos de trabalho”.

Na área da educação, o deputado Gabriel Mithá Ribeiro reiterou o compromisso do CHEGA da reposição do tempo de serviço congelado aos professores “num período máximo de quatro anos” e o regresso dos exames nacionais no fim de todos os ciclos de ensino.

O também deputado Pedro Frazão apontou como “uma das maiores prioridades” do CHEGA a dignificação do mundo rural: “Vamos chegar ao Governo e pôr o Ministério da Agricultura e Pescas a funcionar de uma vez por todas”, disse.

Na área da Defesa, o antigo secretário de Estado do PSD Henrique de Freitas, agora cabeça de lista do CHEGA por Portalegre, expressou o compromisso de manter as Forças Armadas limitadas a cidadãos portugueses, numa iniciativa por onde passaram também propostas como isentar de IRS as mulheres com quatro ou mais filhos ou um programa nacional de apoio para as que desejem abandonar a prostituição.

A encerrar a convenção, a deputada Rita Matias, cabeça de lista por Setúbal, repetiu a ambição expressa pelo líder André Ventura de vencer as eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

“Não queremos coligações, não queremos o apoio de ninguém, não queremos muletas, queremos vencer”, disse.

Últimas de Política Nacional

O líder do CHEGA, André Ventura, marcou presença esta quarta-feira numa manifestação organizada pela Associação Solidariedade Imigrante, junto ao Parlamento, noticia a RTP.
O ex-presidente da Câmara de Pombal Diogo Mateus, do PSD, foi hoje condenado, em Leiria, a pena suspensa por crimes de peculato e falsificação de documentos, enquanto o seu antigo chefe de gabinete, João Pimpão, foi absolvido.
Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram hoje as audições de Autoridade da Concorrência, Banco de Portugal e Associação Portuguesa de Bancos sobre a prescrição de coimas aos bancos no processo designado como “cartel da banca".
O líder do CHEGA, André Ventura, apresentou-se hoje como o candidato a Presidente da República antissistema, e defendeu que a sua participação nas eleições presidenciais do próximo ano é uma forma de liderar a oposição.
O líder do CHEGA, André Ventura, vai candidatar-se a Presidente da República nas eleições presidenciais do início do próximo ano, confirmou hoje à agência Lusa fonte oficial do partido.
O CHEGA propôs a audição com urgência do secretário de Estado da Agricultura na Assembleia da República para prestar esclarecimentos sobre a investigação por alegadas suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais.
O presidente do CHEGA mostrou-se hoje disponível para voltar a candidatar-se a Presidente da República, apesar de não considerar a solução ideal, e indicou que o objetivo é apoiar um candidato que dispute a segunda volta.
O líder do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que voltará a ser candidato à presidência do partido no próximo congresso, que ainda não está marcado.
Liderados pela deputada e coordenadora nacional da Juventude do partido, Rita Matias, os jovens defenderam o legado de Kirk como símbolo da luta pela pátria, família e liberdade.
O CHEGA surge pela primeira vez na liderança das intenções de voto em Portugal, de acordo com o mais recente Barómetro DN/Aximage, publicado pelo Diário de Notícias.