Risco de insatisfação laboral no turismo algarvio é maior entre os 25 e 34 anos

O risco de insatisfação e demissão `silenciosa` dos trabalhadores no turismo algarvio é maior entre os que têm entre 25 e 34 anos e são quadros semiqualificados, indica um estudo hoje divulgado.

© D.R.

Segundo um comunicado da associação KIPT, os investigadores responsáveis pelo estudo indicam que os resultados revelaram “a necessidade de estudar formas de progressão na carreira para mitigar este efeito”.O estudo indica também que os trabalhadores no setor do turismo precisam de reconhecimento e de recompensas recorrentes, de serem ouvidos, além de mostrarem a necessidade de ter amigos e um bom ambiente de trabalho.

A `demissão silenciosa` é caracterizada, segundo a KIPT, por um sentimento generalizado de insatisfação, traduzindo-se na falta de compromisso no trabalho e uma falta de intenção de ir além das obrigações mínimas.

O estudo, que se baseou numa amostra de 1.223 profissionais, concluiu que na base da satisfação surge o clima organizacional, ou seja, “a importância de processos colegiais de tomada de decisão, o acolhimento de ideias inovadoras e o reconhecimento”.

Segundo o estudo, os colaboradores com mais de 50 anos estão conformados e pouco disponíveis para mudar de emprego, muito por força do sentimento de pertença que nutrem pela empresa onde trabalham.

Por outro lado, os colaboradores com menos experiência profissional, ou estrangeiros, apresentam níveis significativos de satisfação, especialmente em relação a oportunidades formativas e perspetivas de progressão de carreira.

O estudo sublinha ainda que a valorização do trabalho é destacada como uma experiência positiva para a maioria dos colaboradores, com ênfase especial nas faixas etárias entre os 18 e os 24 anos e acima dos 50 anos.

Num debate que se seguiu à apresentação do estudo, responsáveis do setor do turismo, citados pela KIPT, defenderam a que se deve “voltar a apostar na paixão pela hotelaria” e em trabalhar a “satisfação do trabalhador como se faz com o cliente”.

“A falsa noção de baixos salários pagos no setor, a falta de habitação e uma rede transportes públicos eficaz na região, assim como a elevada pressão dos impostos e a demonização das profissões do turismo”, foram outros pontos destacados pelos profissionais do setor com impacto na captação e retenção dos profissionais do turismo no Algarve.

O KIPT é uma associação privada sem fins lucrativos, reconhecida pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Agência Nacional de Inovação (ANI) como o primeiro e único Laboratório Colaborativo na área do turismo.

Últimas de Economia

As exportações lusófonas para a China aumentaram 2,6% nos primeiros nove meses de 2024, mantendo o melhor arranque de ano de sempre, de acordo com dados oficiais.
A sociedade civil e setor florestal exigiram hoje alternativas para o corte de verbas no Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) para Portugal no período 2023-2027, que está em negociação com Bruxelas.
O regulador da energia recebeu 966 pedidos de intervenção na resolução de litígios no terceiro trimestre, o que representa "um significativo aumento de 39%", face ao período homólogo, informou hoje a ERSE.
Mais de 60% dos portugueses só consegue poupar menos de 10% do seu salário líquido e 38% guarda nem 5% do que recebe, segundo o estudo "Consumer Sentiment Survey 2024" da Boston Consulting Group (BCG), hoje divulgado.
A taxa de inflação homóloga fixou-se em 2,3% em outubro, mais 0,2 pontos percentuais do que em setembro, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada hoje.
O número de pessoas em situação de sem-abrigo aumentou para 13.128, um crescimento de 23%, em 2023, anunciou hoje a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho.
A EDP teve um benefício indevido superior a 840 milhões de euros, segundo a acusação do processo EDP/CMEC, que advoga que a empresa deverá ser condenada a pagar ao Estado português "o valor das vantagens" obtidas.
Produtores de castanha abordados hoje pela Lusa apontam para um ano de quebra de produção na zona da serra da Padrela, em Valpaços, e de dificuldades crescentes para pagar a mão de obra e os tratamentos nos soutos.
Entre janeiro e agosto, foram despedidas 3.929 pessoas, um aumento de 79% em relação às 3.622 dispensadas durante todo o ano de 2023, segundo a Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT).
O chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Portugal elogiou hoje a trajetória económica dos últimos anos, elencando a baixa produtividade e o investimento, a par do envelhecimento da população, como os maiores desafios.