CHEGA/Madeira insiste em eleições antecipadas e recusa acordos

O CHEGA/Madeira insistiu hoje na realização de eleições antecipadas na região, na sequência da crise política desencadeada pela operação que investiga suspeitas de corrupção, e indicou que pretende avançar com listas próprias, recusando, para já, acordos com outras forças.

© Folha Nacional

“A nossa ideia é irmos a eleições sozinhos, porque nós temos um eleitorado que nos respeita e nós temos que, em absoluto, respeitar esse eleitorado”, disse o líder regional e deputado na Assembleia Legislativa, Miguel Castro.

Miguel Castro falava aos jornalistas após uma reunião com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, no Palácio de São Lourenço, no Funchal.

“Vamos a eleições sozinhos e o que queremos é que a Madeira, no fundo, tenha um Governo estável, um governo de qualidade e de futuro para a região”, insistiu.

Na quarta-feira, o representante da República começou a ouvir os partidos com assento na Assembleia Legislativa, na sequência da exoneração do presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP) e consequente demissão do executivo, após Miguel Albuquerque ter sido constituído arguido no âmbito de uma investigação a suspeitas de corrupção na Madeira.

“Achamos que esta situação só se tornará estável quando os madeirenses e os porto-santenses tiverem eleições. Não achamos que de outra forma possa haver estabilidade”, disse o dirigente do CHEGA/Madeira.

Miguel Castro esclareceu, por outro lado, que não foi contactado pelo PS para estabelecer qualquer acordo, na eventualidade de eleições antecipadas, apesar de o líder socialista, Paulo Cafôfo, ter já indicado estar em diálogo com outras forças políticas.

“Não, em absoluto. Não fomos [contactados], nem vamos fazer qualquer tipo de governo com o PS”, disse, adiantando que a atitude de Paulo Cafôfo é “muito estranha”, por se apresentar já como vencedor.

O líder do CHEGA considerou, por outro lado, que o PSD/Madeira (partido que suporta o executivo em coligação com o CDS-PP, com apoio parlamentar da deputada única do PAN) está “ferido de morte” e “não precisa [da ajuda] de ninguém”.

“O PSD que sairá destas cinzas será um PSD renovado e, obviamente, um PSD diferente do PSD que nos governou nos últimos 50 anos”, disse, reiterando que num cenário de eleições antecipadas, o CHEGA irá sozinho a votos.

“Vamos avaliar a nossa votação e só depois vamos tirar ilações [sobre eventuais coligações]”, acrescentou.

Miguel Castro sublinhou ainda que o CHEGA, que elegeu quatro deputados nas legislativas regionais de 24 de setembro, não tem pressa de ser Governo.

“Temos, sim, é a vontade e a pressa de criar estabilidade no Governo da Madeira”, esclareceu.

Para além do CHEGA, o representante da República recebe hoje o JPP, tendo já ouvido o BE, PAN, IL, PCP e CDS-PP.

Na sexta-feira serão recebidos os representantes de PS e PSD.

As audiências foram marcadas depois de, na segunda-feira, o representante da República, Ireneu Barreto, ter aceitado formalmente o pedido de exoneração do presidente do XIV Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, constituído arguido no âmbito de uma investigação relacionada com suspeitas de corrupção na região.

Depois desta ronda de audiências, o representante tomará a decisão sobre a situação governativa da Madeira, uma vez que o Presidente da República só pode intervir no processo a partir de 24 de março, quando a Assembleia Legislativa cumpre os seis meses de posse legalmente exigidos.

Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Dois dias mais tarde, Miguel Albuquerque, entretanto constituído arguido, renunciou ao cargo.

Na sequência das buscas, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também já renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.

Últimas de Política Nacional

Entre 2017 e 2023, cerca de 200 nomes de políticos e detentores de cargos públicos em Portugal tornaram-se mediáticos face a casos em que foram constituídos arguidos ou acusados, sendo que é entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social-Democrata (PSD), partidos que têm alternado no poder nos últimos 50 anos, que há mais crimes.
O presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje, perante vários líderes de direita europeus, que é necessário “reconquistar a Europa cristã”, criticando a atuação de socialistas e social-democratas nos últimos cinquenta anos.
Há duas candidaturas à direita para as presidenciais. Uma representa uma posição forte contra a corrupção, a imigração ilegal e a favor de mais segurança. A outra representa “a podridão do sistema partidário”.
Após uma breve pesquisa, chega-se à conclusão que é no plano autárquico onde encontramos mais casos de corrupção, principalmente o crime de peculato.
Em reação à polémica envolvente com o dirigente do CHEGA, André Ventura anunciou que "foi aberto um processo interno para averiguar toda a circunstância envolvida" e que pediu a Nuno Pardal "que abandone todos os lugares dentro do CHEGA".
O primeiro-ministro classificou hoje como “uma imprudência” do ex-secretário de Estado Hernâni Dias a criação de duas empresas imobiliárias quando já era governante e considerou que este fez bem em demitir-se.
O novo grupo de trabalho de criação de freguesias vai analisar oito pedidos ao parlamento para a separação de freguesias segundo o regime geral previsto na lei, sem o compromisso de uma decisão a tempo das próximas autárquicas.
As candidaturas para as eleições regionais antecipadas da Madeira de 23 de março têm de ser apresentadas até segunda-feira no Tribunal da Comarca do Funchal, de acordo com o mapa-calendário divulgado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai ter em março dois debates quinzenais na Assembleia da Repúblicas, nos dias 06 e 26 desse mês, anunciou hoje o porta-voz da conferência de líderes, o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira.
Ana Paula Martins é a única ministra do Governo de Luís Montenegro que os portugueses querem ver substituída. A conclusão é retirada dos resultados do barómetro da Pitagórica para o JN, TSF e TVI/CNN, que mostram que há 47% portugueses a quererem a saída da ministra da Saúde, contra 40% a defender a sua manutenção no Governo.