“Insuportável ouvir Pedro Nuno dizer que vai fazer agora o que não fez”

O presidente do CHEGA, André Ventura, comprometeu-se hoje em recuperar o tempo de serviço dos professores durante quatro anos, de forma faseada, e considerou que as promessas do secretário-geral do PS para este setor "valem zero".

© Folha Nacional

“Nós ouvimos os professores e estabelecemos um compromisso, não de uma recuperação total num ano, porque isso não era possível e só de forma irresponsável se podia dizer uma coisa dessas, mas uma recuperação que fazia sentido, ao longo da legislatura de quatro anos”, afirmou.

André Ventura discursava no final de um almoço/comício em Aveiro, o segundo de mais de duas dezenas que estão previstos até ao final da campanha para as eleições legislativas de 10 de março.

O presidente do CHEGA indicou que a proposta do seu partido tem metas e não tem “condicionamentos, hipocrisias e saídas laterais”.

“O nosso compromisso é sério e para ser honrado. Nós recuperaremos o tempo de serviço integralmente nos quatro anos de uma legislatura e cumpriremos esta palavra”, garantiu.

O presidente do CHEGA apontou também críticas ao secretário-geral do PS por ter votado, no âmbito do Orçamento do Estado, contra a proposta do PSD para a reposição integral do tempo de serviço dos professores.

“É insuportável ouvir Pedro Nuno Santos dizer que vai fazer agora o que não fez enquanto ministro. Ouvimos Pedro Nuno Santos dizer que era favorável à recuperação do tempo de serviço dos professores, uns dias depois debateu-se o Orçamento do Estado e uma das propostas era precisamente a recuperação do tempo de serviço dos professores e votou contra”, criticou.

Falando na primeira ação do dia, na qual discursou cerca das 15:00, André Ventura disse que o líder socialista “quer convencer que estará ao lado dos professores, quando esteve num governo e num grupo parlamentar que mais mal fizeram aos professores”, considerando tratar-se de uma “tremenda hipocrisia”.

Perante algumas dezenas de apoiantes, justificou que Pedro Nuno “não é um político qualquer, foi um dos rostos principais do governo de António Costa” e “foi durante esse governo que os professores perderam poder de compra”.

“As promessas de Pedro Nuno Santos valem menos do que o ar que respiramos todos os dias, valem zero”, disse André Ventura, que acusou o secretário-geral do PS de não ter “coluna vertebral nesta matéria”.

“Ele quer-nos convencer que vai fazer o que nunca quis que fosse feito”, acrescentou, defendendo que o antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação “devia ter um pingo de vergonha antes de falar de educação e dos professores”.

Na altura da votação do Orçamento do Estado para este ano, o deputado do PS apresentou uma declaração de voto na qual disse concordar “genericamente com o espírito da proposta” do PSD para a recuperação do tempo de serviço dos professores, mas votou contra a proposta por estar “sujeito à disciplina de voto” e por entender que “o modo de reposição da contagem do tempo de serviço dos professores deve ser definido em negociação e concertação”.

Antes dos discursos, houve música ao vivo, que foi o mote para André Ventura dar um pezinho de dança com a deputada e cabeça de lista por Setúbal, Rita Matias, e também com a assessora e candidata Patrícia Carvalho.

Enquanto intervinha o líder da distrital de Aveiro do CHEGA, um apoiante que disse ser do CHEGA “há três meses” lamentou não ter consigo falar com o presidente do partido “porque o segurança não deixou”.

Depois de se queixar também de não conseguir ver nem ouvir bem os discursos no fundo da sala, criticando o posicionamento das câmaras de televisão em frente ao púlpito, este militante acabou por sair em protesto.

Últimas de Política Nacional

Saiu do Executivo, passou pelo Parlamento e acaba agora a liderar uma empresa pública com um vencimento superior ao que tinha no Governo. Cristina Vaz Tomé foi escolhida para presidir à Metro de Lisboa e vai ganhar cerca de sete mil euros mensais, com despesas da casa pagas.
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.
O presidente do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.