“Quem ainda estiver a pensar votar no PS tem de tomar a medicação”

O presidente do CHEGA, André Ventura, disse na quarta-feira à noite não ver "um motivo" para os eleitores votarem no PS no domingo e sugeriu que quem estiver a pensar fazê-lo "tem de tomar a medicação".

© Folha Nacional

“Quem ainda estiver a pensar votar no PS tem de tomar a medicação, porque as coisas não estão a ficar muito bem”, afirmou André Ventura num comício em Olhão (distrito de Faro), no qual participou o líder do partido espanhol Vox.

Após um comentário de um apoiante, o líder do CHEGA disse ter a “explicação que andava à procura”, referindo que “houve uma notícia há uns meses que dizia que 94% dos hospitais não tem medicamentos” e que pode ser essa a “explicação de haver tanta gente a votar no PS”.

“Estão a ver as notícias de amanhã, André Ventura ataca doentes mentais. Comentadores a falar disso e a dizer isto é uma vergonha. Ana Gomes vai dizer já devia ter sido ilegalizado, Marques Mendes vai dizer eu avisei, e claro – não sei se vou dizer agora ou não – e Marcelo Rebelo de Sousa vai dizer que temos de apurar, temos de saber se é verdade”, disse.

André Ventura disse também que tenta perceber porque é que as pessoas votam no PS e não consegue, apelidando o Governo socialista de “desilusão” e criticando a diferença entre os valores orçamentados para cada área e o que foi executado.

“É que não vejo um motivo. Os únicos que percebia que votassem no PS é os que estão agarrados ao…”, disse, fazendo depois uma pausa, e completando, após nova intervenção da plateia, “agarrados ao tacho” e “aos subsídios do Estado”.

E considerou que “não há outra razão” para votar em quem deixou “o país neste estado”.

“O PS é uma burla e é uma fraude”, criticou.

O presidente do CHEGA disse também que, se vencer as eleições, o Presidente do Brasil “não vai entrar em Portugal” para as comemorações do 25 de abril e o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, “só entrará quando necessário mesmo”.

No entanto, o que está previsto é que sejam convidados os chefes de Estado dos países africanos de expressão portuguesa para estarem presentes nas cerimónias dos 50 anos do 25 de Abril, o que não inclui o Presidente do Brasil. Lula da Silva discursou no ano passado na Assembleia da República na cerimónia do 25 de Abril.

Apontando que, se for primeiro-ministro, o seu governo “não deixará entrar esses corruptos internacionais todos” em Portugal, deixou um aviso: “Destes todos que estão para vir neste 25 de Abril, eu aconselhava prudência na compra das viagens”.

“Eu não estou a brincar, eles não vão entrar mesmo, e eu garanto que se for primeiro-ministro o senhor Lula da Silva ficará no aeroporto”, afirmou, referindo que, “se insistir, vai para uma cadeia, mas ele já sabe o que é isso também, não será grande novidade”.

No seu discurso, de 30 minutos, o líder do CHEGA voltou a comentar a entrada do antigo líder do PSD Rui Rio na campanha da AD, considerando que Luís Montenegro e o seu antecessor “são frouxos na corrupção e muletas do PS”.

Logo a seguir, André Ventura contrapôs que o CHEGA é “a única oposição ao PS”.

O presidente do CHEGA afirmou também que no domingo, em Lisboa, vai acontecer “o maior sismo da política europeia” que não aconteceu em Madrid, nas eleições de julho em que o Vox perdeu deputados.

“Toda a Europa vai ouvir que Portugal se levantou para dizer não à corrupção, não ao compadrio, não ao domínio de Bruxelas, e não ao domínio internacional. Nós tomaremos conta do nosso destino”, defendeu.

Discursando antes, o líder parlamentar e cabeça de lista pelo círculo de Faro, Pedro Pinto, concordou que “o PS não merece ganhar eleições” e considerou que a alternativa é o CHEGA “e mais ninguém”.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.