Em comunicado, o movimento diz ter pintado nas entradas des sedes de partidos frases como: “Eletricidade 100% renovável e gratuita”, “Fim ao fóssil 2030” e “Este partido não tem um plano”.
Fontes do Partido Socialista (PS), Partidos Social-Democrata (PSD) e Bloco de Esquerda (BE) confirmaram à Lusa que foram pintadas frases nas suas sedes, em Lisboa.
Em reação, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, lamentou à Lusa o que qualificou de “ato de vandalismo” e “ataque ao património” na sede situada na rua de São Caetano à Lapa, em Lisboa, de que o partido fará queixa às autoridades policiais.
“Não confundimos vandalismo com ativismo por causas justas, que, aliás, nada têm de defesa do ambiente, porque vamos ter de pintar os muros e os portões da sede, gastando recursos que prejudicam o ambiente”, sustentou o dirigente social-democrata.
Já a Iniciativa Liberal (IL) e o Pratido Comunista Português (PCP) disseram à Lusa que não foram alvo desta ação.
Também à agência Lusa, fonte da Polícia de Segurança Pública disse que a PSP “não teve conhecimento de nada”.
No comunicado, os estudantes da Greve Climática Estudantil adiantam que na sede do Chega, nenhuma frase foi escrita, mas que a fachada foi coberta de tinta.
“A sede do Chega não mereceu nenhuma mensagem política pois não passa do cão de guarda do sistema fóssil”, diz Matilde Ventura, porta-voz da ação, citada no comunicado, acrescentando que “o ódio e sistemas de opressão que o partido representa são sintomas do sistema fóssil que coloca o lucro acima da vida, e estão ao serviço dele”.
Com este protesto, os estudantes afirmam estar a responsabilizar os partidos pela sua falta de planos para o fim ao fóssil até 2030.
“Eleições em 2024 dão mandato até 2028. Este é o último mandato para resolver crise climática. Não ter agora um plano para fim ao fóssil até 2030 é condenar o nosso futuro. É condenar milhões à morte”, refere Matilde Ventura.
Na nota, a porta-voz da ação diz, referindo-se ao aproximar do 50.º aniversário do 25 de Abril, que a “inação dos partidos está a pôr em causa os direitos que esta revolução ganhou”.
“Em colapso climático não há paz, pão, saúde, habitação ou educação. A democracia é uma luta constante e os partidos estão todos a falhar”, sublinhou a estudante.
Os estudantes prometem que “não vão dar paz” às instituições de poder que não estão a garantir o fim ao uso dos combustíveis fósseis até 2030.
Por isso, adiantam que esta primavera vão mobilizar estudantes nas escolas para “uma onda de ações em maio a que chamam ‘Primavera Estudantil Pelo Fim ao Fóssil’”.
“Não dizemos que não se deve votar no dia 10. Dizemos que isso não chega. A nossa luta vai fazer-se nas escolas e nas ruas. Sabemos que estamos do lado certo da história”, refere.