Ataques israelitas matam dezenas de pessoas na véspera do Ramadão

O exército israelita voltou hoje a bombardear Gaza, matando dezenas de pessoas na véspera do Ramadão e no meio de uma mobilização internacional para enviar ajuda humanitária à população civil sitiada e ameaçada de fome.

© D.R.

 

Segundo as autoridades do Hamas, pelo menos 85 palestinianos morreram nas últimas 24 horas em mais de 60 ataques noturnos, que também atingiram casas no centro e no sul de Gaza, especialmente em Khan Yunis.

Pelo menos 13 pessoas morreram quando projéteis caíram sobre tendas de pessoas deslocadas na região de Al-Mawasi, entre Khan Yunis e Rafah, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Com as vítimas das últimas 24 horas, o balanço de cinco meses da ofensiva israelita em Gaza é de 31.045 mortos, segundo as autoridades de saúde controladas pelo Hamas.

O exército israelita, cujos soldados operam em vastas áreas do território palestiniano, anunciou que cerca de 30 combatentes palestinianos foram mortos nas últimas 24 horas no centro de Gaza e em Khan Yunis.

Antes do Ramadão, o mês sagrado muçulmano de jejum que começa na segunda ou terça-feira, não há qualquer sinal de um acordo de tréguas no conflito, desencadeado pelo ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023.

Nesse dia, operacionais do grupo extremista palestiniano invadiram zonas no sul de Israel próximas da Faixa de Gaza e mataram cerca de 1.200 pessoas, fazendo ainda duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

O ataque levou Israel a declarar guerra contra o Hamas, prometendo aniquilar o grupo islamita que controla Gaza desde 2007.

O Hamas é considerado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Além das vítimas mortais e da destruição colossal, a guerra provocou uma catástrofe humana no pequeno território palestiniano.

De acordo com a ONU, 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes estão ameaçados de fome e 1,7 milhões de pessoas foram deslocadas do local em que viviam.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, 25 pessoas, na maioria crianças, morreram de subnutrição e desidratação.

Israel cercou a Faixa de Gaza desde 09 de outubro e só permite a entrada de ajuda por via terrestre a partir do Egito, que mantém a fronteira fechada.

Ocupada pelo exército israelita de 1967 a 2005, a Faixa de Gaza, que está sob bloqueio desde 2007, faz fronteira com Israel, o Egito e o Mar Mediterrâneo.

Nos últimos dias, vários países ocidentais e árabes têm estado a enviar pacotes de alimentos e medicamentos para Gaza.

A União Europeia (UE) e os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira que estavam a preparar um corredor marítimo humanitário a partir de Chipre, a cerca de 370 quilómetros de Gaza.

O comando militar norte-americano anunciou hoje que um navio da sua frota está a dirigir-se para Gaza com equipamento para construir um porto temporário que permita a chegada de ajuda por via marítima.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, esperava que o primeiro navio com 200 toneladas de alimentos pudesse iniciar a viagem ainda hoje.

Resta saber como é que a ajuda será transportada através do território, que é bombardeado diariamente por Israel e assolado por combates.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, voltou a criticar no sábado o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que está determinado a continuar a guerra para acabar com o Hamas e entrar em Rafah.

“Ele está a fazer mais mal do que bem a Israel”, disse Biden.

Netanyahu também está a ser criticado no país, onde parte da opinião pública quer um acordo de tréguas que permita a libertação dos reféns, enquanto Israel e o Hamas se acusam mutuamente de obstruir esse acordo.

No sábado à noite, milhares de pessoas manifestaram-se em Telavive para exigir a demissão de Netanyahu, com a multidão a gritar “Eleições! Agora” e “Que vergonha para o governo”, segundo a AFP.

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