Lourenço defende na China soberania da Ucrânia e criação de Estado da Palestina

O Presidente angolano apelou na sexta-feira ao respeito pela soberania da Ucrânia e à criação do Estado da Palestina, visando o fim definitivo dos dois conflitos, num encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping.

© Facebook de João Lourenço

 

“É imperioso que se ponha fim à guerra na Ucrânia”, afirmou João Lourenço, durante um encontro com Xi, no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen, no centro de Pequim.

O conflito com a Rússia “deve terminar necessariamente à volta de uma mesa de conversações, para se alcançar a paz definitiva e garantir a soberania nacional da Ucrânia”, acrescentou.

Na segunda visita oficial à China desde que foi eleito, João Lourenço defendeu a libertação dos reféns israelitas e o fim imediato da ofensiva militar israelita, que descreveu como desproporcional contra a população da Faixa de Gaza.

O governante apelou ainda ao fim dos colonatos e ao fim definitivo do conflito israelo-palestiniano com a criação de um Estado da Palestina que seja internacionalmente reconhecido.

“É a única solução definitiva para trazer a liberdade e dignidade ao povo palestiniano e garantir realmente a segurança de Israel e dos povos daquela conturbada região”, vincou.

Assegurando que Luanda e Pequim “comungam os mesmos valores” em matéria de política externa, incluindo os princípios da não-agressão e respeito pela soberania dos Estados, o líder angolano apontou para a “necessidade urgente” de executar “reformas profundas” na ONU.

“Os últimos acontecimentos na arena internacional vieram confirmar a necessidade urgente de se fazerem profundas reformas no sistema das Nações Unidas, nas instituições financeiras como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a Organização Mundial do Comércio, mas sobretudo no Conselho de Segurança, por se terem demonstrado ao longo do tempo desatualizadas do contexto do mundo de hoje, passados que são quase 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial”, afirmou.

O chefe de Estado angolano apontou para o “mau momento” que África atravessa, à medida que a emergência do terrorismo coabita com “mudanças inconstitucionais” em vários países do continente.

“As guerras na Europa e no Médio Oriente fizeram praticamente esquecer o conflito no Sudão, um país à beira de uma crise humanitária sem precedentes, com elevado número de baixas humanas que pode aumentar com a fome e doenças, deslocados internos, refugiados e grande destruição de infraestruturas”, apontou.

O líder angolano defendeu que o papel da China deve sempre ser tido em consideração na configuração de uma nova ordem mundial e apontou para a aprovação de uma declaração conjunta que reflete a convergência entre os dois países.

“Saímos da China muito satisfeitos com a abertura e compreensão que encontrámos e que nos impele a estarmos cada vez mais próximos na defesa dos princípios e interesses comuns”, disse Lourenço.

O programa da visita do Presidente angolano inclui ainda a participação, hoje, num fórum de negócios sobre o investimento em Angola, e em encontros de trabalho com empresários chineses que já operam no país africano ou o pretendem fazer no futuro.

No último dia da visita, João Lourenço desloca-se à província de Shandong (leste), para contactos com os setores têxtil, farmacêutica e agrícola.

João Lourenço tem também agendado um encontro com representantes da comunidade angolana residente na China.

Últimas do Mundo

Os Estados Unidos adiaram hoje, pela segunda vez, o lançamento de dois satélites que vão estudar a interação entre o vento solar e o campo magnético de Marte, proporcionando informação crucial para futuras viagens tripuladas ao planeta.
Após os ataques em Magdeburgo e Berlim, os icónicos mercados de Natal alemães estão sob alerta máximo. O governo impôs medidas antiterrorismo rigorosas e custos milionários, deixando cidades e organizadores em colapso financeiro.
Um relatório do Ministério do Interior alemão revela que suspeitos sírios estão associados a mais de 135 mil crimes em menos de uma década. A AfD aponta o dedo ao governo de Olaf Scholz e exige deportações imediatas.
O aumento da temperatura global vai ultrapassar o objetivo de 1,5 graus centígrados no máximo numa década em todos os cenários contemplados pela Agência Internacional de Energia (AIE), relatório anual de perspetivas energéticas globais, hoje publicado.
A Ryanair deve abster-se de impedir o embarque de passageiros, com reserva confirmada, que não sejam portadores do cartão digital, bem como de impor taxas pela utilização do cartão físico, determinou a ANAC - Autoridade Nacional de Aviação Civil.
O Governo ucraniano afastou hoje o ministro da Justiça, depois de este ter sido implicado num alegado esquema de cobrança de comissões na empresa nacional de energia atómica, revelado na segunda-feira pela agência anticorrupção do país.
Pelo menos 27 pessoas morreram e 3,6 milhões foram afetadas pela passagem do supertufão Fung-wong nas Filipinas no domingo, informaram hoje as autoridades locais.
As autoridades espanholas intercetaram 18 migrantes em Pilar de la Mola, que tinham alcançado Formentera, ilhas Baleares, na terça-feira à noite a bordo de uma embarcação precária.
A produção mundial de vinho recuperou ligeiramente em 2025 face ao ano passado, mas segue em baixa, principalmente devido ao impacto das condições climáticas adversas, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
O número de pessoas desaparecidas em todo o mundo aumentou 70% em cinco anos, indicou hoje o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), com base nos seus registos.