“Esperamos que a China envie mensagens muito claras à Rússia”, afirmou o ministro, defendendo “um equilíbrio de forças favorável à Ucrânia”, numa conferência de imprensa com o homólogo chinês, Wang Yi.
“A China desempenha obviamente um papel fundamental para garantir a independência da Ucrânia e o respeito pelo direito internacional, incluindo a sua soberania”, acrescentou Séjourné.
Pequim, que se apresenta como parte neutra, mas cuja relação com Moscovo se aprofundou desde o início do conflito, está a trabalhar numa solução política para pôr fim à guerra.
China recusou, no entanto, condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. O país asiático tem prestado importante apoio político, diplomático e económico à Rússia. O comércio bilateral registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3%, para 240 mil milhões de dólares (223 mil milhões de euros).
“Esta guerra diz respeito a toda a comunidade internacional”, disse Stéphane Séjourné ao seu homólogo chinês, que não mencionou o conflito na Ucrânia no seu discurso introdutório no início do encontro com a imprensa.
“Estamos convencidos de que não vai haver uma paz duradoura se não for negociada com os ucranianos”, sublinhou o ministro francês. “Não vai haver segurança para os europeus se não houver uma paz em conformidade com o direito internacional”, acrescentou.
“É, portanto, uma questão essencial para nós, e é por isso que a França está determinada a manter um diálogo próximo com a China”, acrescentou Séjourné, que se encontra numa visita de um dia à capital chinesa.
O ministro falou também da relação económica entre França e China: “não é desejável dissociarmo-nos da China”, ou seja, reduzir significativamente os laços económicos entre os dois países, afirmou.
Nos últimos meses, vários líderes políticos da Europa e dos Estados Unidos falaram da necessidade de reduzir a dependência dos seus países em relação ao gigante asiático, algo a que o Governo chinês se opõe fortemente.
No entanto, o chefe da diplomacia de França apelou a um “reequilíbrio da economia”, porque “as nossas trocas comerciais também devem assentar numa base saudável e sustentável”.