Sindicato Independente dos Médicos diz que protocolo negocial com tutela será assinado em maio

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou hoje que o protocolo para iniciar as negociações com o Governo será assinado em maio, esperando que ainda este ano se concretize um calendário de melhoria das condições de trabalho dos médicos.

© Facebook do Sindicato Independente dos Médicos

 

No final da primeira reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no Ministério da Saúde, em Lisboa, o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, adiantou que solicitou à tutela que o protocolo negocial esteja concluído até ao final do ano.

“Esta foi uma primeira reunião de apresentação da ministra da Saúde e conseguimos pelo menos que realmente fosse concretizada desde já a marcação para o próximo mês se formalizar o protocolo negocial”, que deve traduzir-se “em expectativas, deve ser transparente e deve trazer tranquilidade” aos médicos, para que saibam com o que podem contar nos próximos anos.

Na reunião, o SIM entregou o seu caderno reivindicativo e propostas para “o aumento da acessibilidade dos portugueses à saúde, tanto nos cuidados de saúde primários como nos hospitais”, e para que o setor privado e social possa também ajudar no SNS.

Questionado sobre a posição da ministra relativamente à proposta do SIM para um aumento salarial de 15% para completar os 15% acordados com o anterior Governo, o dirigente sindical afirmou que a governante disse “o que tem dito publicamente”: “Vão avaliar a capacidade financeira do Estado de dar resposta a esta questão e nós já tínhamos dito também que aceitávamos que fosse algo faseado no tempo”.

Ainda questionado se sentiu abertura por parte da ministra para as reivindicações, afirmou que sim. “Com certeza, a ministra da Saúde nunca se pôs, aliás, em toda a reunião a foi uma pessoa de diálogo e com vontade de resolver os problemas”.

Sobre a possibilidade de avançar para a greve caso as exigências não sejam atendidas, Nuno Rodrigues afirmou que não estão a pensar nisso “para já”.

“Tendo ontem [quinta-feira] sido o 25 de Abril, felizmente temos essa liberdade de poder contestar e de poder endurecer as formas de luta, mas não estamos a pensar nisso, para já. O Sindicato Independente dos Médicos é um sindicato credível, sério, um sindicato que já assinou 38 acordos com os mais diversos governos, com entidades privadas e do setor social, e, portanto, nós negociaremos sempre até a 25.ª hora para poder assegurar um bom acordo”, sustentou.

Quanto a uma negociação conjunta com a Federação Nacional dos Médicos (Fnam), disse que não foi um tema abordado na reunião, mas afirmou que o SIM não tem “qualquer problema em negociar em conjunto” ou em separado.

Antes de entrar para a reunião, Nuno Rodrigues disse que ia levar para a mesa da negociação a exigência de “garantir que o acordo intercalar que foi conseguido com o anterior governo seja agora concretizado por este novo Governo”, porque mais de 50% dos médicos estão na primeira categoria da carreira.

“Temos médicos que nunca foram avaliados no seu desempenho e, portanto, há um conjunto de questões que, independentemente de quem está a governar, estão pendentes e, portanto, a nossa expectativa é que agora junto deste novo Ministério da Saúde e da nova ministra se consiga atingir pontos em comum para que consigamos tornar o SNS mais competitivo e mais eficiente”, frisou.

“Portanto, é essencial que este tema seja retomado e que as negociações cheguem a bom porto”, concluiu no novo líder do SIM.

Últimas do País

A ULS Amadora-Sintra abriu um inquérito interno ao caso divulgado pela Polícia Judiciária de um alegado abuso sexual de uma utente no Hospital Fernando Fonseca, envolvendo dois internados, anunciou hoje a instituição.
As infeções respiratórias graves continuam a aumentar em Portugal, sobretudo em idosos e crianças, com aumento de casos de gripe nos cuidados intensivos na semana passada e excesso de mortalidade por todas as causas, revelou hoje o INSA.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve 19 pessoas que conduziam com excesso de álcool no sangue, durante o primeiro dia da operação Natal e Ano Novo 2025/2026, que arrancou na quinta-feira e e que já regista um morto.
O bacalhau deverá ficar mais caro já no próximo ano, face à redução de quotas no Mar de Barents e ao contexto internacional, segundo as estimativas da Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB).
A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve 84 pessoas no primeiro dia da operação Polícia Sempre Presente – Festas em Segurança 2025-2026, entre elas 15 por condução em estado de embriaguez e 12 por conduzirem sem carta.
Quatro serviços de urgência hospitalares de Ginecologia e Obstetrícia vão estar encerrados no sábado, subindo para cinco no domingo, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo dados do Portal do Serviço Nacional de Saúde.
O CHEGA elegeu nas últimas eleições autárquicas 13 presidentes de junta. Se um dos temas da campanha foi a ‘imigração’, a ‘passagem de atestados de residência sem qualquer controlo’ foi o tema e uma das grandes bandeiras dos autarcas do CHEGA.
Felicidade Vital, deputada do CHEGA, acusa o Governo de promover um verdadeiro retrocesso nos direitos das mulheres através do novo pacote laboral. A deputada alerta que o diploma fragiliza vínculos, alarga horários e facilita despedimentos num mercado onde “as mulheres já concentram os salários mais baixos e os contratos mais instáveis”, classificando a reforma como um ataque direto à maternidade, à conciliação entre vida profissional e familiar e à autonomia feminina.
A Linha SNS 24 atendeu desde o início de dezembro cerca de 307 mil chamadas, um aumento de 17% face ao mesmo período do ano passado, e o tempo médio de espera foi de 10 minutos.
A estrutura de missão da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA), criada para regularizar processos em atraso, termina no final do ano com um saldo positivo de 62 milhões de euros.