Presidente do Conselho Europeu saúda acordos como de Portugal mas pede mais ajuda

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, saudou hoje os acordos bilaterais que países da União Europeia (UE), como Portugal, estão a assinar com a Ucrânia, vincando que Kiev "não precisa de palavras", mas de "mais apoio" militar.

© Facebook de Charles Michel

“Estou muito satisfeito por, poucos dias depois da última reunião do Conselho Europeu [de há cerca de um mês], haver tantos acordos bilaterais com decisões concretas porque os ucranianos não precisam de comunicados, palavras e declarações, que são úteis, mas não suficientes”, declarou Charles Michel.

Em entrevista à agência Lusa a propósito da sua deslocação a Portugal – precisamente no dia em que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visita o país -, o presidente do Conselho Europeu acrescentou: “O que [os ucranianos] precisam é de mais apoio em termos de equipamento militar, de sistemas de defesa aérea”.

Depois de Espanha ter anunciado ajuda financeira militar e de a Bélgica ter mobilizado caças F-16, Portugal vai esta tarde assinar um acordo de cooperação bilateral da Ucrânia, iniciativa que Charles Michel saudou apontando que “os Estados-membros não têm exatamente as mesmas capacidades, mas todos têm coisas que são úteis para os ucranianos”.

“Gostaria de reiterar o meu apelo a todos os colegas [líderes da UE, no Conselho Europeu] para que prestem mais apoio militar, especialmente no domínio do sistema de defesa aérea. Se quisermos ajudar a Ucrânia a curto prazo, se quisermos ajudar-nos a nós próprios do lado da UE a curto prazo, temos de lhes fornecer mais sistemas de defesa aérea”, reforçou.

Comentando os recentes anúncios, Charles Michel disse ainda que “isto não é suficiente, é necessário fazer mais, mas estes são passos importantes e necessários”, na entrevista à Lusa que será publicada na íntegra na quarta-feira.

Charles Michel está no Porto para participar, na quarta-feira, na reunião anual da organização Concordia Europe.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realiza hoje à tarde uma visita a Portugal, em que será recebido pelo chefe de Estado e pelo primeiro-ministro e assinará de um acordo de cooperação bilateral para dez anos.

A visita hoje a Portugal surge um dia depois de o chefe de Estado ucraniano se ter deslocado a Madrid, ocasião na qual Espanha anunciou que vai entregar à Ucrânia ajuda militar no valor de mais de mil milhões de euros.

Esta manhã, Volodymyr Zelensky esteve em Bruxelas para assinar um acordo bilateral de segurança com o primeiro-ministro da Bélgica, tendo sigo divulgado que Bruxelas vai disponibilizar a Kiev um total de 30 caças F-16 até 2028.

No que toca à visita a Portugal, esta visita de trabalho visa aprofundar as relações entre os dois países para cooperação no domínio da segurança e defesa.

Zelensky terá primeiro um encontro na residência oficial do primeiro-ministro, Luís Montenegro, onde será assinado um acordo bilateral, e depois será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Na ocasião, será assinado um acordo bilateral para assistência humanitária, financeira, militar e política.

Últimas de Política Internacional

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje “medidas enérgicas” contra os colonos radicais e seus atos de violência dirigidos à população palestiniana e também às tropas de Israel na Cisjordânia.
A direita radical francesa quer que o Governo suspenda a sua contribuição para o orçamento da União Europeia, de modo a impedir a entrada em vigor do acordo com o Mercosul.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, afirmou hoje que Teerão não está a enriquecer urânio em nenhum local do país, após o ataque de Israel a instalações iranianas, em junho.
O Governo britânico vai reduzir a proteção concedida aos refugiados, que serão “obrigados a regressar ao seu país de origem logo que seja considerado seguro”, anunciou hoje o Ministério do Interior num comunicado.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje uma reformulação das empresas estatais de energia, incluindo a operadora nuclear Energoatom, que está no centro de um escândalo de corrupção há vários dias.
A China vai proibir, temporariamente, a navegação em parte do Mar Amarelo, entre segunda e quarta-feira, para realizar exercícios militares, anunciou a Administração de Segurança Marítima (MSA).
A Venezuela tem 882 pessoas detidas por motivos políticos, incluindo cinco portugueses que têm também nacionalidade venezuelana, de acordo com dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Fórum Penal (FP).
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, vai na quinta-feira ser ouvido numa comissão de inquérito parlamentar sobre suspeitas de corrupção no governo e no partido socialista (PSOE), num momento raro na democracia espanhola.
A Venezuela tem 1.074 pessoas detidas por motivos políticos, segundo dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Encontro Justiça e Perdão (EJP).
Na quarta-feira, o primeiro governo liderado por uma mulher em Itália cumpre três anos de mandato (iniciado a 22 de outubro de 2022).