CHEGA recusa apoiar Von der Leyen e reconhecer já a Palestina

O cabeça de lista do CHEGA às eleições europeias recusou hoje apoiar a candidatura da presidente da Comissão Europeia a um segundo mandato e defendeu que Portugal não deve reconhecer o Palestina como Estado enquanto durar o conflito.

© Folha Nacional

Numa ação de campanha em Estremoz, no distrito de Évora, António Tânger Corrêa disse que o CHEGA não apoia “de todo” Ursula von der Leyen.

“Nós combatemos, quer em território nacional quer lá fora, a corrupção e a senhora Ursula von der Leyen está ligada a casos de corrupção. Para nós, é inadmissível [e] mais grave do que a própria gestão da Comissão que ela tem feito, que também é grave”, justificou.

A campanha do CHEGA arrancou hoje em Estremoz, pela hora de almoço. O calor que se fazia sentir e a ausência de pessoas na rua transformou a arruada prevista num curto passeio no centro daquela cidade alentejana. Como tem sido habitual, o presidente do partido, André Ventura, esteve ao lado dos candidatos.

O candidato do CHEGA a eurodeputado foi questionado também pelos jornalistas se Portugal deveria reconhecer a Palestina como um Estado, seguindo o exemplo de Espanha.

“Com certeza que não. Felizmente que a mulher do nosso primeiro-ministro não vai ser indiciada pela justiça, porque essa é a verdadeira razão pela qual Espanha fez o que fez”, respondeu.

E questionou o que se reconheceria nesta fase: “Querem explicar o que é o Estado da Palestina? É a Cisjordânia, é a Faixa de Gaza? Não tem continuidade territorial… Quem manda na Palestina? é a Fatah, é o Hamas, quem são os verdadeiros detentores? E os três milhões de palestinianos que estão na Jordânia, ninguém pensou neles, pois não? Porque de hoje para amanhã podem causar gravíssimos problemas na Jordânia e ao mundo inteiro.”

António Tânger Corrêa disse que o CHEGA “é a favor da criação de dois Estados, mas com condições”, afirmando que “reconhecer uma coisa que não é um país, que não pode ser um país, não”.

“Primeiro a paz, e segundo uma negociação para ver quem é que pode de alguma forma gerir a Palestina”, defendeu, considerando que o reconhecimento como Estado não deve acontecer enquanto aquela região ainda for palco de uma guerra.

“Enquanto houver o conflito não, depois sim”, defendeu.

O antigo embaixador considerou que “é um ato de grande leveza reconhecer a Palestina” e que “não vai resolver” o conflito.

“Houve já, desde a criação do Estado de Israel, cinco tentativas da criação de dois Estados”, indicou, referindo que “em todas as cinco foram os palestinianos que negaram”.

Tânger Corrêa afirmou que “a Palestina como tal é uma criação inglesa do século XIX”, em que “todo aquele território era habituado por numerosas etnias, não eram só palestinianos como se quer fazer crer agora, e viviam mais ou menos em paz, com os normais abrasivos entre tribos”.

Sobre os mandados de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o líder do grupo extremista Hamas, o candidato classificou como “uma pressão cosmética, é mais uma pressão em que o TPI toma uma decisão que é inexequível de um lado e do outro”.

Questionado também se a Europa está a ter dois pesos e duas medidas na abordagem à guerra na Ucrânia e a este conflito, o vice-presidente do CHEGA defendeu que “a guerra na Faixa de Gaza é uma guerra de ódio, o que não se passa na Ucrânia, na Ucrânia é uma guerra de ocupação”.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial e presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que, se a greve geral de 11 de dezembro, convocada pela CGTP e pela UGT, avançar, é “culpa” da forma “atabalhoada” com que o Governo tratou a questão.
Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.
Portugal submeteu hoje à Comissão Europeia o oitavo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a comprovação de 22 marcos e metas.
O candidato presidencial e Presidente do CHEGA, André Ventura, reafirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o partido vai entregar no parlamento um voto de condenação ao discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, proferido nas comemorações do 50.º aniversário da independência angolana.
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Manual de Recomendações Técnicas Relativo ao Acompanhamento de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, aprovado em 2022.
O presidente do CHEGA acusou hoje o PS de “traição ao povo português” por requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da Lei da Nacionalidade e apelou à celeridade da decisão.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde