“Na véspera das legislativas, as sondagens davam 14% ao CHEGA e nós tivemos 18%. Portanto, as sondagens valem o que valem. Não quero ofender quem as faz, mas também não quero aceitar tudo aquilo que me querem dizer, porque obviamente isto são manobras políticas”, afirmou, no arranque de uma arruada na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.
António Tânger Corrêa afirmou também que “só quem não tem o mínimo de noção é que não sabe que estas sondagens são, obviamente, instrumentos de campanha eleitoral”.
O primeiro candidato do CHEGA ao Parlamento Europeu disse também acreditar num crescimento sustentado da direita a nível europeu e antecipou o quadro para os próximos anos.
“Eu acho que vai principalmente ser uma Europa com mais valores e menos corrupção e vai ser uma Europa mais responsável em termos de atingir determinados objetivos,”, defendeu.
Tânger Corrêa considerou que “reina na Europa” uma “letargia” que “leva a que a Europa seja uma espécie de um elefante que se move devagarinho, cada vez maior, cada vez maior, e sem atingir os fins para que foi criada, que é criar um espaço de paz e desenvolvimento e proporcionar aos habitantes dos países europeus participantes neste projeto uma vida melhor”.
“Neste momento não está a fazê-lo”, lamentou.
Na ocasião, o candidato foi também questionado sobre a descida, pelo Banco Central Europeu (BCE), das três taxas de juro diretoras em 25 pontos base.
Apontando que “os bancos nacionais não podem andar à deriva ou contra as decisões do BCE”, o cabeça de lista defendeu que se “o BCE baixou, os bancos nacionais têm que baixar”, sustentando que os contratos “nada leva a que os contratos não possam ser renegociados durante a sua vigência”.
Partindo do caso das gémeas tratadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com um medicamento de milhões de euros, o antigo embaixador foi questionado também se no seu percurso diplomático alguma vez foi confrontado com um pedido para fazer um favor.
“Não. Um embaixador, coitado, que cunhas é que pode receber? Nunca ninguém me pediu favor nenhum, porque os nossos poderes são muito relativos”, respondeu.
Ao seu lado, o presidente do CHEGA, André Ventura, apressou-se a comentar: “E se pedissem, tu não davas”.
“Eu não dava, exatamente”, rematou Tânger Corrêa.
Nesta arruada ao final da manhã, na Póvoa de Varzim, houve bandeiras, camisolas e chapéus com o símbolo do partido, bombos a anunciar a comitiva, e até um coreto foi decorado com bandeiras e uma lona do Chega.
Ventura defendeu que os imigrantes têm de cumprir as regras e que “o Estado não pode estar a dar casas a outras pessoas quando não há para os portugueses”.