CHEGA alerta para tentativa de criar ideia de uma “nova PIDE”

O presidente do CHEGA , André Ventura, afirmou hoje que a entrevista da procuradora-geral da República mostra que a justiça se sentiu condicionada e considerou que se quer passar a ideia de que há "uma nova PIDE".

© Folha Nacional

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder do CHEGA disse que quando a procuradora-geral da República se referiu à existência de uma “campanha orquestrada” contra o Ministério Público “significa que os próprios membros sentiram que o poder político se juntou ou se articulou para causar pressão, dano, para tentar condicionar a justiça”.

“A justiça sentiu-se condicionada, sequestrada”, insistiu, considerando que tanto os agentes da Justiça como os políticos “têm de tirar consequências”.

Lembrando declarações do Presidente da República, que considerou “maquiavélico” ter sido aberto um inquérito para investigar o caso das gémeas no dia em que António Costa se demitiu do Governo, ou o manifesto por uma reforma da justiça, Ventura defendeu que a procuradora “tem alguma razão quando diz que há uma campanha orquestrada contra quem investiga”.

Sobre as escutas, André Ventura referiu que “não é o Ministério Público sozinho que interfere em escutas prolongadas” e que para acontecerem é necessária a “intervenção de múltiplos magistrados, nomeadamente juízes de instrução”.

“Significa que os indícios que existem estão lá, são fortes, porque a lei assim o exige, e merecem ponderação. Se começamos a dizer que para os políticos não, criamos uma sociedade em que políticos não podem ser investigados, mas todos os outros podem”, salientou.

“Isto sim é uma campanha orquestrada por todos para passar a ideia de que há uma espécie de uma nova PIDE, uma nova polícia política que anda atrás de políticos”, alegou.

O presidente do CHEGA considerou que “finalmente caiu a ideia” de que o parágrafo do comunicado do Ministério Público que levou à demissão do anterior primeiro-ministro tenha “sido feito com propósito político”.

André Ventura disse que Lucília Gago explicou que “a lei é igual para todos” e “ninguém está acima da lei” e que quando alguém é referenciado, “o Ministério Público tem de abrir um inquérito e era o que mais faltava não comunicar ao país e dar a entender estar a proteger alguém”.

Segundo Ventura, foi isso que aconteceu no caso de António Costa, e a sua demissão foi um “ato pessoal e político”.

O líder do CHEGA disse também que Lucília Gago “já podia ter falado há mais tempo” e reiterou que na audição no parlamento faz sentido a procuradora “se vier ao parlamento falar do relatório de atividades, dos meios que faltam para exercer a sua função e da independência do Ministério Público”.

Em entrevista à RTP na segunda-feira à noite, a procuradora-geral da República afirmou que nunca ponderou demitir-se, defendeu que há “uma campanha orquestrada” contra o Ministério Público (MP) e considerou “indecifráveis e graves” as declarações da ministra da Justiça sobre pôr “ordem na casa” no MP.

Lucília Gago disse também que o inquérito no âmbito da ‘Operação Influencer’ que visa o ex-primeiro-ministro “ainda decorre”, e negou qualquer “cuidado especial”, indicando que António Costa foi tratado como qualquer outro face a uma denúncia ou suspeita de crime.

Últimas de Política Nacional

Candidato presidencial reage à abertura de um inquérito por causa dos cartazes da sua campanha. Ventura fala em ataque à liberdade de expressão e garante que não vai retirar a mensagem: “Cumpro a lei, mas não abdico das minhas convicções.”
Decisão de Marco Almeida causa polémica logo na primeira reunião do novo executivo. Autarquia defende legalidade e fala em mérito profissional, mas a nomeação do companheiro de uma vereadora para liderar os SMAS de Sintra levanta críticas e acusações de favorecimento.
A Câmara da Nazaré confirmou a realização de buscas nesta autarquia, mas o antigo presidente, Walter Chicharro, esclareceu que se limitou ao licenciamento urbanístico das vivendas investigadas pela PJ que são propriedade do Estado.
O CHEGA considera que o aumento das pensões deve ser um "desígnio histórico" e propõe, no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, uma subida de 1,5%, além do que está previsto por lei.
André Ventura quer que os beneficiários do Rendimento Social de Inserção trabalhem em prol da comunidade. O líder do CHEGA defende que o apoio estatal deve implicar contrapartidas e combater a “subsidiodependência”.
O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que, se for eleito Presidente da República, admite vir a decretar estados de exceção para "dar poder extraordinário" à polícia e outras autoridades para combater o crime.
O presidente do CHEGA pediu ao Governo que faça cedências nalguns pontos, como o trabalho por turnos, para se aprovar uma nova legislação laboral, reiterando a sua disponibilidade para um acordo nesta matéria.
Os partidos entregaram 2.176 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), num novo recorde, de acordo com a informação disponível no 'site' da Assembleia da República.
O CHEGA entregou esta sexta-feira, 7 de novembro, mais de 600 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), no último dia do prazo definido pelo Parlamento, que coincidiu com o encerramento das audições na especialidade.
O partido liderado por André Ventura quer acabar com as portagens nas autoestradas para aliviar os custos das famílias e empresas, mas o ministro das Finanças rejeita a medida, defendendo que o princípio “utilizador-pagador” deve manter-se para proteger as contas públicas.