Mais de 10.000 vítimas apoiadas pela APAV no primeiro semestre do ano

Mais de 10.000 pessoas foram apoiadas pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) no primeiro semestre do ano, com o crime de violência doméstica a ser o mais prevalente, segundo os dados hoje divulgados.

© D.R.

 

De acordo com Relatório Semestral Janeiro-Junho 2024 da APAV, hoje divulgado, entre janeiro e junho deste ano a associação apoiou diretamente 10.007 vítimas, fez 52.092 atendimentos, num total de 18.669 crimes e outras formas de violência.

As estatísticas indicam ainda que, durante o primeiro semestre do ano, a APAV abriu 7.037 novos processos de apoio, acompanhando ainda outros 4.104 processos, e que foram apoiadas uma média de 385 vítimas.

Quanto aos contactos feitos pelas vítimas com a APAV, o telefónico foi o mais usado (52,5% dos casos), seguido do atendimento por email (21,3%). O atendimento presencial representou um total de 18,5% dos casos. Dos 148 contactos relativos ao apoio ‘online’, metade foram feitos através da rede social Facebook/Messenger (50,7%).

Entre todos os crimes e outras situações de violência que chegaram ao conhecimento dos vários serviços de proximidade de apoio à vítima da APAV, o crime de violência doméstica é o mais prevalecente, representando 77,1% no total, seguindo-se dos crimes sexuais contra crianças e jovens (5,8%) e ofensas à integridade física (2,8%).

“As relações entre autor/a e vítima foram comummente pautadas por relações de intimidade, como é o caso da conjugalidade (14,7%), da relação entre ex-companheiros/as (9,4%), companheiros/as (8,7%), entre outros”, refere a associação.

A maioria das vítimas apoiadas era do sexo feminino (7.720; 77,1%), segundo as estatísticas da associação, que destaca, contudo, a “significativa percentagem” (21,3%) de homens apoiados após serem vítimas de crime e de outras formas de violência.

Dos contactos efetuados para a APAV por parte dos/as utentes, quase metade (48,8%) foram-no pela própria vítima e 44,1 por outros denunciantes (amigos/conhecidos, familiares e instituições).

Dos 4.923 contactos realizados por denunciantes, mais de metade (2.520) foram contactos de natureza institucional. Destes, quase metade foram feitos pelo tribunal ou Ministério Público (44,6%) e quase um em cada quatro (23,6%) pelos Órgãos de Polícia Criminal.

Durante o primeiro semestre de 2024, a APAV sublinha a “ênfase significativa” no apoio emocional e/ou psicológico, que representou 35,8% do total de apoios prestados aos/às utentes, seguido do apoio jurídico, que alcançou 14,2%, e do apoio social (4,8%).

Do apoio prestado no primeiro semestre do ano, houve necessidade de intervir em situação de crise em 149 casos (2,1%).

No relatório hoje divulgado, a APAV sublinha o número de crianças e jovens vítimas apoiados no primeiro semestre do ano (2.017; 20,2%) assim como o número de pessoas idosas (985).

“Estes números colocam em destaque uma preocupação crucial em relação às vítimas especialmente vulneráveis, destacando o relevante papel da associação na identificação, prevenção e intervenção eficaz em situações de violência contra populações particularmente vulneráveis”, refere.

A maioria das vítimas apoiadas pela APAV na primeira metade do ano era portuguesa (7.306; 73,1%), mas foi igualmente prestado apoio a 1.602 (16%) vítimas de nacionalidade estrangeira. A comunidade brasileira lidera estas estatísticas, com 768 (7,7%) vítimas apoiadas em apenas seis meses.

A APAV presta apoio gratuito, confidencial e especializado a todas as vítimas de crime. Este apoio, no regime presencial, está disponível através de uma rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima, presente em muitas cidades do país.

A Linha de Apoio à Vítima, 116 006, funciona de segunda a sexta, entre as 08:00 e as 23:00, e o email da instituição é o lav@apav.pt.

Está igualmente disponível a Linha Internet Segura (800 21 90 90), de segunda a sexta, entre as 08:00 e as 22:00, e o email linhainternetsegura@apav.pt.

A APAV está também presente nas principais redes sociais, como o Facebook e o Instagram.

Últimas do País

O número de inquéritos abertos pelo Ministério Público (MP) por suspeitas de criminalidade económico-financeira aumentou 69,6% entre 2023 e 2024, enquanto os inquéritos por cibercrime e violência conjugal diminuíram.
Um homem morreu hoje, após ter sido baleado no pescoço, em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, revelaram à Lusa fontes da PSP e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje 64 suspeitos de pertencerem a um grupo transnacional organizado que terá conseguido ganhos de cerca de 14 milhões de euros através da prática de ‘phishing’.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) inicia hoje uma operação de fiscalização com especial enfoque nas fronteiras terrestres e junto dos operadores vitivinícolas para reprimir a entrada e circulação irregular de vinho no mercado português.
A segunda época de vacinação gratuita contra a infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças começa hoje e deverá abranger cerca de 76 mil menores, segundo as autoridades de saúde.
Dez distritos do continente e a costa sul da ilha da Madeira estão a partir de hoje e até quinta-feira sob aviso amarelo devido à previsão de tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito por violação de segredo de Estado que tinha aberto após ter sido apreendida, na Operação Influencer, uma 'pen-drive' com uma lista de agentes dos serviços de informação.
A praia da Nazaré está desde domingo interditada a banhos, pela terceira vez este verão, devido a uma "escorrência" detetada nesse dia, mantendo-se a medida até serem revelados os resultados das análises efetuadas às águas balneares.
O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Sintra decidiu hoje levar José Castelo Branco a julgamento nos exatos termos da acusação do Ministério Público (MP) por violência doméstica sobre Betty Grafstein.
As intervenções emergentes e críticas decorrentes dos incêndios rurais deste verão têm o valor de 3,7 milhões de euros, revelou o Ministério do Ambiente e Energia, adiantando existir uma dotação de 15 milhões de euros para ações urgentes.