“A mudança no equilíbrio de poder gera a possibilidade de criar novas alianças na nossa região, porque Israel está a ganhar. Os nossos inimigos e amigos estão mais uma vez a ver Israel como o que é, um país forte, determinado e poderoso”, declarou Netanyahu numa conferência de imprensa, segundo o diário The Times of Israel.
Advertiu, contudo, que “ainda há dias difíceis pela frente”.
“Mesmo agora, não devemos esquecer que ainda estamos no meio de uma guerra difícil, com custos elevados, e é por isso que a coesão nas nossas fileiras é uma condição necessária”, sustentou o chefe do Governo israelita.
A conferência de imprensa de Netanyahu foi convocada para anunciar que o partido Nova Esperança voltou a fazer parte da coligação governamental e que o líder do partido, Gideon Saar, será ministro sem pasta.
Esta adição ao executivo “contribui para a unidade interna, uma unidade contra os nossos inimigos”, vincou Netanyahu.
“Não é segredo que tivemos divergências no passado, mas, desde o dia 07 de outubro, deixámos para trás todos os rancores”, sublinhou o primeiro-ministro.
Por seu lado, Gideon Saar defendeu que esta foi “a decisão mais patriótica”.
“É importante fortalecer Israel, o seu Governo e a sua unidade e coesão. Por isso, aceitei o pedido do primeiro-ministro Netanyahu para integrar o Governo e contribuir com a minha experiência e competências para o seu trabalho de tomada de decisões”, afirmou.
Saar revelou na semana passada que Netanyahu lhe tinha oferecido o cargo de ministro da Defesa, atualmente ocupado por Yoav Gallant, do partido Likud, de Netanyahu, que tem repetidamente manifestado divergências com o chefe do executivo.
Com a entrada de Saar, a coligação de Netanyahu conta agora com 68 apoiantes no Knesset, o parlamento israelita, uma câmara que tem um total de 120 lugares.
O Hezbollah começou a disparar ‘rockets’, mísseis e ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas) sobre o norte de Israel um dia depois de o ataque de 07 de outubro de 2023 do Hamas em território israelita ter desencadeado uma guerra israelita naquele enclave palestiniano.
O Hamas e o Hezbollah são aliados que se consideram parte de um “Eixo de Resistência” apoiado pelo Irão contra Israel.
Israel respondeu com vagas de ataques aéreos que já vitimaram o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e outros altos responsáveis do movimento, e o conflito tem vindo a intensificar-se até à beira de uma guerra total, fazendo temer um alastramento a toda a região do Médio Oriente.
As autoridades israelitas afirmam estar determinadas a fazer regressar cerca de 60.000 dos seus cidadãos às comunidades do norte do país que foram evacuadas há quase um ano.
Por seu lado, o Hezbollah afirmou que só suspenderá o lançamento de ‘rockets’ se houver um cessar-fogo em Gaza, que se tem revelado difícil, apesar de meses de negociações indiretas entre Israel e o Hamas, mediadas pelos Estados Unidos, o Qatar e o Egito.