Ex-diretor do SEF vai coordenar grupo que vai gerir Pacto de Migração

O Governo português nomeou o ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Manuel Jarmela Palos para coordenar o grupo de trabalho que vai executar o Pacto de Migração e Asilo da União Europeia, indica o Diário da República.

© LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Em despacho publicado na segunda-feira e hoje tornado público, o executivo constitui um grupo de trabalho que ficará na dependência do Ministério da Presidência e terá “a missão de preparar, coordenar e assegurar a execução do Plano Nacional de Implementação do Pacto em matéria de Migração e Asilo” que será coordenado por Jarmela Palos, até agora oficial de ligação de imigração em Espanha.

Jarmela Palos foi diretor do SEF entre 2005 e 2014, data em que pediu a demissão após ter sido colocado em prisão preventiva por suspeitas de corrupção, no âmbito da Operação Labirinto, que investigava a atribuição de “vistos gold” e que envolveu o então ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

Depois, no julgamento, Jarmela Palos foi absolvido, com o juiz a referir que “o tribunal não teve quaisquer dúvidas”, o mesmo sucedendo com o ex-ministro.

Além de Jarmela Palos, o grupo de trabalho contará, como subcoordenadores, com Mário Luís Magalhães Pedro (atual vogal da Agência para a Integração, Migrações e Asilo, AIMA), António Manuel Martins Fialho (Polícia Judiciária), Pedro Manuel Rodrigues Ramos (diretor de serviços de Justiça e Assuntos Internos, da Direção-Geral dos Assuntos Europeus), Ricardo Alberto Carrilho (secretário-geral adjunto para as Relações Internacionais e Gestão de Fundos Comunitários da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna).

Haverá também uma comissão de acompanhamento com representes dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, Presidência, Justiça e Administração Interna.

Em setembro de 2020, a Comissão Europeia apresentou o Pacto de Migração e Asilo, aprovado em dezembro de 2023, e Portugal, “no âmbito de uma abordagem global, que permita gerir a migração de forma eficaz e equitativa”, tem “como um dos objetivos principais criar um quadro comum que permita conciliar, harmonizar e fomentar a responsabilidade e solidariedade entre os estados-membros”, pode ler-se no despacho.

O plano de execução comum do pacto “define os objetivos e capacidades que todos os estados-membros têm de desenvolver, a nível jurídico e operacional, por forma a aplicar eficazmente e na sua plenitude as novas medidas aprovadas, até 2026”.

Nesse sentido, segundo o despacho publicado, esta solução “altera o atual paradigma da gestão das migrações, impõe sobre os estados-membros a necessidade de criar quadros jurídicos específicos, bem como o estabelecimento de novos processos administrativos e operacionais na área das migrações”.

Por isso, segundo o Governo, é “necessário e urgente constituir um grupo de trabalho responsável pela preparação, coordenação e acompanhamento da execução deste plano”.

Este grupo vai “promover a articulação entre todas as entidades e serviços que sejam necessários” para a execução do pacto, elaborar um plano nacional de implementação, rever as “configurações organizacionais, incluindo as estruturas de coordenação nos serviços” e representar Portugal na gestão internacional do tema, entre outras matérias.

Últimas do País

A Comissão Europeia disse hoje estar em contacto com as autoridades de Portugal e Espanha e com a rede europeia de operadores para compreender a causa e o impacto do corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica.
A PSP está a colocar um maior número de polícias nas ruas para auxiliar as pessoas, nomeadamente no trânsito, devido à falha de energia em Portugal continental.
Os sistemas telefónico e informático do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estão a funcionar com recurso a geradores na sequência da falha de energia que hoje afetou várias zonas do país, disse à Lusa fonte oficial.
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial admitiu hoje que o apagão energético que afeta Portugal possa ser devido a um ciberataque, adiantando que está também a afetar Espanha, França e Alemanha.
Uma falha de eletricidade afetou hoje pelas 11:30 várias zonas do país, segundo relatos feitos à agência Lusa.
A Ordem dos Enfermeiros considerou “incompreensível” o encerramento hoje das urgências de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta, Almada, distrito de Setúbal, defendendo que seria “perfeitamente possível” funcionar com uma equipa de enfermagem completa e dois médicos.
Cerca de 20.000 pessoas deslocaram-se esta manhã à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para visitar o túmulo do Papa Francisco, indicaram à agência EFE fontes policiais.
Cinco serviços de urgência hospitalares de ginecologia/obstétricia e dois de pediatria estão hoje encerrados, a maioria em Lisboa e Vale do Tejo, segundo o Portal do SNS.
A presença no Santuário de Fátima ajudou o jesuíta Francisco a tornar-se mais mariano e incentivou-o a defender o papel da mulher na Igreja Católica, afirmou hoje o bispo de Leiria-Fátima.