Três dias de luto em Espanha por “danos pessoais e materiais altíssimos”

O Governo de Espanha decretou hoje três dias de luto nacional por causa das consequências do mau tempo no leste do país, quando estão confirmados pelo menos 72 mortos e também "danos materiais altíssimos".

© D.R.

O executivo pediu ainda às populações das zonas afetadas pelo mau tempo para não saírem de casa e, sobretudo, não tentarem circular pelas estradas, sublinhando que o temporal ainda permanece e os seus efeitos continuam a ser perigosos.

O mau tempo provocou uma “tremenda tragédia” em Espanha na última noite e madrugada, com “danos pessoais altíssimos”, mas “danos materiais também altíssimos”, disse o ministro da Política Territorial, Ángel Victor Torres, numa conferência de imprensa em Madrid após uma reunião do Comité de Crise criado pelo governo espanhol por causa do temporal.

O ministro indicou que há várias zonas afetadas que continuam inacessíveis às esquipas de resgate que estão no terreno e que incluem mais de mil militares de uma unidade de emergência para situações de catástrofe.

O Governo de Espanha confirmou 63 mortos, 62 na região autónoma da Comunidade Valenciana, a mais afetada pelo temporal, e um na região vizinha de Castela La Mancha, e disse não poder avançar neste momento números de pessoas consideradas desaparecidas.

Num balanço sobre a situação das comunicações e das infraestruturas tuteladas pelo Estado central, Ángel Victor Torres disse que o porto de Valência esteve encerrado, mas já abriu, e há mais dois que permanecem encerrados na mesma região.

Quanto aos aeroportos, a situação está normalizada em toda a região do Mediterrâneo, depois de perturbações em vários pontos do leste e do sul de Espanha.

Os comboios de alta velocidade entre Madrid e Valência estão totalmente suspensos, assim como as linhas suburbanas em Valência, com o ministro a dizer que a reposição se fará “em função da evolução” do mau tempo e dos trabalhos no terreno.

Todas as estradas principais estão cortadas na região autónoma da Comunidade Valenciana, afirmou.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, garantiu hoje apoio a todos os afetados pelo mau tempo no país e alertou também que “a emergência continua”, pedindo à população para extremar as precauções.

Numa declaração ao país ao final da manhã, a partir da sede do Governo espanhol, em Madrid, Sánchez pediu à população para “não baixar a guarda” porque o mau tempo “continua a causar estragos”.

“Ainda não podemos dar por concluído este devastador episódio”, realçou, sublinhando que continuam sob avisos meteorológicos as regiões autónomas da Comunidade Valenciana, Andaluzia, Aragão, Castela La Mancha, Catalunha, Extremadura, Navarra e Rioja, assim como a cidade autónoma de Ceuta.

O líder do Governo insistiu também na importância de serem seguidas e respeitadas todas as recomendações dos serviços de emergência e das forças de segurança.

Segundo o primeiro-ministro, além dos mortos confirmados, há “dezenas de municípios inundados, estradas e vias cortadas, pontes destruídas pela violência das águas”, sobretudo em Valência.

Várias regiões de Espanha estão desde terça-feira sob a influência de uma “depressão isolada em níveis altos”, um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em castelhano, que causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos do país, sobretudo na costa do Mediterrâneo.

A região mais afetada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram acionar os alertas e avisos mais graves da proteção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.

Na última noite, a precipitação na região de Valência foi a mais elevada em 24 horas desde 11 de setembro de 1966, de acordo com dados oficiais.

Últimas do Mundo

O Presidente dos Estados Unidos disse hoje esperar um acordo “durante a semana” entre a Rússia e a Ucrânia, numa breve mensagem difundida na sua rede social, Truth.
O Exército israelita reconheceu “mal-entendidos operacionais” e “erros” nas mortes de 15 socorristas, na sequência de um ataque a ambulâncias no sul da Faixa de Gaza, devido a “má visibilidade” e anunciou a demissão de um oficial.
Caças britânicos intercetaram aeronaves russas que voavam junto do espaço aéreo da NATO nos últimos dias, anunciou hoje o Ministério da Defesa britânico em comunicado.
O ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, apelou na noite de sábado à ocupação da Faixa de Gaza e ao estabelecimento de um “regime militar, se necessário”, no enclave palestiniano, onde vivem mais de dois milhões de pessoas.
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, encontrou-se hoje brevemente com o Papa para "saudações de Páscoa", dois meses depois de Francisco, que recupera de uma pneumonia, ter criticado fortemente a política migratória norte-americana.
Impensável há apenas algumas semanas, a presença do Papa Francisco no Vaticano é esperada hoje pelos católicos de todo o mundo para as celebrações da Páscoa, a festa mais importante do ano.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Rússia de criar uma falsa aparência de cessar-fogo na Páscoa, tendo continuado a fazer bombardeamentos e ataques de drones durante a noite.
O emblemático Arco do Triunfo, em Paris, símbolo das vitórias do exército francês, realizou hoje uma emotiva e inédita cerimónia em homenagem aos soldados do Corpo Expedicionário Português (CEP) da 1.ª Guerra Mundial, reunindo diferentes gerações.
Os ataques israelitas a Gaza nas últimas 48 horas fizeram mais de 90 mortos, adiantou o Ministério da Saúde do enclave palestiniano, com Israel a intensificar a investida para pressionar o Hamas a libertar os reféns e desarmar.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou às suas tropas que observem um cessar-fogo na Ucrânia na Páscoa, a partir das 15:00 (hora de Lisboa) de hoje até domingo à noite, e instou Kiev a fazer o mesmo.