Netanyahu quer que Israel possa “fazer cumprir” qualquer acordo de paz com Hezbollah

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, voltou a insistir hoje, durante uma visita à fronteira com o Líbano, na importância de que Israel possa "fazer cumprir" qualquer possível acordo de cessar-fogo com o grupo xiita Hezbollah.

© Facebook Israel Reports

Numa mensagem de vídeo, Netanyahu afirmou que a “chave” para o restabelecimento da paz, com ou sem acordo, é conduzir o Hezbollah para norte do rio Litani, impedir as suas tentativas de rearmamento e “responder com firmeza” a qualquer tentativa do grupo de atacar Israel.

“Em termos simples: fazer cumprir, fazer cumprir”, disse Netanyahu, numa mensagem semelhante à que transmitiu na última semana, durante a visita do mediador norte-americano para o conflito libanês, Amos Hochstein.

Nessa missiva, parecia sugerir que Israel pretende reservar-se o direito de atacar novamente o Líbano se o Hezbollah não cumprir os requisitos de uma eventual trégua.

O primeiro-ministro israelita também deixou claro que um dos seus principais objetivos é cortar o “fornecimento de oxigénio” do Irão ao Hezbollah através da Síria, depois de o exército israelita ter bombardeado alguns postos de passagem na fronteira sírio-libanesa através dos quais, segundo ele, o grupo xiita transporta armas.

Durante a sua visita ao norte de Israel, a segunda desde o início da invasão israelita do sul do Líbano no início do mês passado, Netanyahu reuniu-se com vários comandantes e enviou uma mensagem de apoio aos reservistas.

Desde o início da guerra em Gaza e, em seguida, a ofensiva no Líbano, deu-se em Israel a convocação de um número sem precedentes de soldados na reserva.

O chefe do Governo disse que o seu gabinete está a trabalhar num plano nacional para apoiar as famílias dos reservistas israelitas.

Na quinta-feira passada, após a reunião de Netanyahu em Jerusalém com Hochstein, o seu gabinete emitiu uma breve mensagem, deixando claro aos EUA que qualquer acordo para pôr fim ao conflito no Líbano deve permitir que Israel o aplique.

“A questão principal não é a papelada de um acordo ou de outro, mas a capacidade e a determinação de Israel de o fazer cumprir e de lidar com qualquer ameaça à sua segurança proveniente do Líbano”, afirmou, na altura, o gabinete do primeiro-ministro israelita.

A mensagem parecia referir-se à exigência, noticiada nas últimas semanas pelos meios de comunicação israelitas e norte-americanos, de que o possível cessar-fogo com o grupo xiita Hezbollah também permita a Israel utilizar o espaço aéreo libanês e que as suas tropas participem “ativamente” na garantia do cumprimento do acordo, algo que parece difícil de aceitar pelas autoridades libanesas.

Últimas do Mundo

O número global de vítimas de tráfico humano voltou a aumentar (25%), após recuar durante a pandemia de Covid-19, com mulheres e meninas a continuarem em maioria, indicou hoje o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Três jovens suspeitos de serem jihadistas foram detidos no passado domingo no sudoeste da Alemanha por alegadamente estarem a preparar um atentado, disse hoje o Ministério Publico Federal e a Polícia local.
O Conselho da União Europeia (UE) aprovou hoje um pagamento de 4,2 mil milhões de euros ao abrigo da Mecanismo para a Ucrânia para apoiar a estabilidade macrofinanceira, por considerar que o país "satisfez condições e reformas necessárias".
Uma explosão numa refinaria da empresa petrolífera ENI em Calenzano, perto de Florença, norte de Itália, provocou pelo menos dois mortos e oito feridos, anunciaram hoje as autoridades locais, que estão a avaliar os efeitos poluentes do incidente.
O Presidente deposto sírio Bachar al-Assad e a sua família estão em Moscovo, segundo agências de notícias russas, citadas pela AFP.
A missa voltou a ouvir-se hoje na catedral Notre-Dame de Paris quebrando o ‘silêncio’ de mais de cinco anos imposto pelo incêndio que devastou o local em abril de 2019.
Centenas de refugiados sírios residentes no Líbano atravessaram hoje a fronteira de regresso ao seu país, poucas horas depois de ter sido expulso o presidente Bashar al-Assad e encerrando cinco décadas de governo do Partido Baath.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que 43 mil soldados ucranianos foram mortos e 370 mil ficaram feridos desde o início do conflito com a Rússia, há quase três anos.
O presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas, declarou, em entrevista à agência Lusa, que a Palestina está pronta para realizar eleições “imediatamente e sem demoras”, se Israel permitir a votação em Jerusalém Oriental e noutros territórios ocupados.
Grupos rebeldes anunciaram hoje, num discurso na televisão pública síria, a queda do 'tirano' Bashar al-Assad, garantindo que libertaram todos os prisioneiros detidos 'injustamente' e apelando aos cidadãos e combatentes que preservem as propriedades do Estado.