Manifesto reclama mais disponibilidade de água no Sudoeste Alentejano e Algarve

Um total de 34 entidades públicas e privadas subscreve hoje, em Odemira, no distrito de Beja, um manifesto no qual é pedido o reforço da disponibilidade de água no Sudoeste Alentejano e no Algarve.

© D.R.

O manifesto, intitulado “Água ao Serviço do Futuro”, é assinado pelas 12:00, durante o primeiro encontro do movimento com o mesmo nome, que decorre numa unidade hoteleira na Barragem de Santa Clara, no concelho alentejano de Odemira.

No documento, ao qual a agência Lusa teve acesso, os subscritores lembram que “Portugal é um dos países do sul da Europa que mais sofrerá com o impacto das alterações climáticas”.

Por isso, “a disponibilidade de água é um dos maiores desafios que o mundo enfrenta” e “Portugal, nomeadamente o sul do país e em particular as regiões do Sudoeste Alentejano e do Algarve, não são exceção”, pode ler-se.

Para os signatários do manifesto, “a solução para ultrapassar a realidade que se vive hoje e que se perspetiva para o futuro” nesta zona do país, relativamente à disponibilidade de água, “existe e está identificada”, passando por “um Plano Nacional para a Água”.

Este instrumento, dizem, permitirá reforçar “a disponibilidade de água nas regiões mais afetadas pela seca, trazendo a água de onde ela abunda para onde ela escasseia”.

Para tal, é pedido o reforço do Alqueva “como grande reservatório para a regularização hídrica do sul do país” e da Barragem de Santa Clara “como ‘hub’ para a distribuição de água ao Sudoeste Alentejano e ao Barlavento Algarvio”.

Esta solução permitirá aproveitar esta albufeira, que é “um dos maiores reservatórios de água do país”, e torná-la “no ‘pulmão’ de água capaz de servir estas duas regiões e garantir a sobrevivência destes territórios”, advogam.

No documento, é também pedida “a interligação Alqueva-Mira-Odelouca-Bravura”, que “já se encontra ligada por túnel ao sistema Funcho-Arade, faltando a interligação à [Barragem da] Bravura”, no Algarve.

Por fim, o manifesto defende que “a reabilitação das infraestruturas do sistema de distribuição de água”, as quais, “podendo estar operacionais 3/4 anos após a tomada de decisão, têm capacidade para garantir os recursos hídricos necessários aos consumos atuais e futuros – de forma sustentável, justa e competitiva – do Sudoeste Alentejano e do Algarve”.

“Esta é uma solução que, no seu total, prevê um investimento da ordem dos 130 milhões de euros”, realça o documento.

Os signatários do manifesto afirmam igualmente que é “urgente concretizar” o “que já está aprovado e que ainda não avançou”, assim como “os projetos de modernização previstos e com financiamento aprovado”.

E reclamam o avanço “para a total pressurização dos perímetros de rega, em especial do Perímetro de Rega do Mira, que registou em 2023 perdas no sistema de distribuição de cerca de 48%, ou do do Alvor, no Barlavento Algarvio”.

Este “é o momento de decidir”, assim como “de agir” e “de construir a solução que pode garantir o futuro destas regiões, das suas empresas e das suas pessoas”, alerta o documento.

Os municípios alentejanos de Odemira e de Ourique e os algarvios de Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique e Vila do Bispo são alguns dos subscritores do documento, o mesmo acontecendo com a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL).

O manifesto tem também como signatários a Lusomorango, que é uma organização de produtores do setor das frutas e legumes, Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA), Federação Nacional de Regantes, Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal e empresas agrícolas.

Outros subscritores são as entidades regionais de turismo do Alentejo e Ribatejo e do Algarve ou a empresa mineira Somincor, concessionária da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde.

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