Desemprego jovem nacional é grave e surpreende dirigentes europeus

O secretário de Estado do Trabalho disse hoje que a taxa de desemprego jovem em Portugal "é um problema grave", que "surpreende os próprios dirigentes europeus" e o Governo está a "trabalhar" com UE e com OCDE em soluções.

©️ Centro de Emprego

Durante a audição no parlamento, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), Adriano Moreira admitiu que a taxa de desemprego jovem é “um problema grave que se arrasta desde 2019”.

“É uma das maiores taxas de desemprego jovem da Europa e é um problema que surpreende os próprios dirigentes europeus”, revelou o secretário de Estado do Trabalho, indicando que o Governo está “a trabalhar na construção de soluções com o apoio da União Europeia (UE) e da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Económico (OCDE).

Segundo o secretário de Estado, responsáveis destas instituições estiveram em Portugal esta semana para reunirem com o Governo e ficaram “estupefactos” com a taxa de desemprego jovem nacional, nomeadamente pelo facto de terem sido dados “tantos apoios” ao longo dos “últimos cinco anos”.

“No início de dezembro, iremos apresentar um estudo realizado pela OIT para tentarmos compreender e combater este fenómeno”, anunciou ainda Adriano Moreira.

O governante lembrou que o atual Governo revogou medidas do anterior executivo do PS, que considerou não terem “nenhuma eficácia” e aprovou outras, nomeadamente os Estágios Iniciar, o programa +Talento e o programa +Emprego, “reforçando as bolsas dos beneficiários e apostando numa maior ligação ao mercado de trabalho”.

Neste debate, o deputado do CDS Paulo Núncio questionou ainda a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre as declarações do governador do Banco de Portugal relativamente à retenção dos recém-diplomados em Portugal.

“Temos a informação que três em cada dez jovens escolheram emigrar e que muita dessa emigração é dos jovens mais qualificados”, respondeu.

Mário Centeno tinha defendido que Portugal consegue reter os recém-licenciados, apontando que a discussão em torno das qualificações tem vindo a ser feita com base em “números enganadores”.

Segundo o governador, “nos últimos 8 anos, a população ativa com formação superior aumentou em média 70 mil indivíduos por ano” e “das universidades portuguesas saem por ano pouco mais de 50 mil licenciados”.

Últimas de Economia

Metade dos pensionistas por velhice recebia uma pensão abaixo dos 462 euros, apesar de a média de 645 euros, segundo dados analisados por economistas do Banco de Portugal (BdP), que assinalam ainda as diferenças entre géneros.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,7% até outubro, face ao mesmo período de 2024, para 63,869 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo um relatório do INE realizado em 2025 sobre rendimentos do ano anterior indicam que 15,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2024, menos 1,2 pontos percentuais (p.p.) do que em 2023.
As exportações de bens caíram 5,2% e as importações recuaram 3% em outubro, em termos homólogos, sendo esta a primeira queda das importações desde junho de 2024, divulgou hoje o INE.
O número de trabalhadores efetivamente despedidos em processos de despedimentos coletivos aumentou 16,4% até outubro face ao período homólogo, totalizando os 5.774, superando o total de todo o ano passado, segundo os dados divulgados pela DGERT.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,5% em outubro face ao mesmo mês do ano passado, com a mão-de-obra a subir 8,3% e os materiais 1,3%, de acordo com dados hoje divulgados pelo INE.
Os consumidores em Portugal contrataram em outubro 855 milhões de euros em crédito ao consumo, numa subida homóloga acumulada de 11,3%, enquanto o número de novos contratos subiu 4%, para 157.367, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O Governo reduziu o desconto em vigor no Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP), aplicável à gasolina sem chumbo e ao gasóleo rodoviário, anulando parte da descida do preço dos combustíveis prevista para a próxima semana.
Os pagamentos em atraso das entidades públicas situaram-se em 870,5 milhões de euros até outubro, com um aumento de 145,4 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, segundo a síntese de execução orçamental.
O alojamento turístico teve proveitos de 691,2 milhões de euros em outubro, uma subida homóloga de 7,3%, com as dormidas de não residentes de novo a subir após dois meses em queda, avançou hoje o INE.