Chega apela a Montenegro que recue na escolha de Rosalino para secretário-geral do Governo

O CHEGA apelou hoje ao primeiro-ministro que volte atrás na escolha de Hélder Rosalino como secretário-geral do Governo e anunciou que vai pedir a apreciação parlamentar de "todos os atos" relativos a esta nomeação.

© Folha Nacional

“Volto a apelar para que o senhor primeiro-ministro, que é quem tem o poder máximo sobre o Governo, volte atrás nesta nomeação”, afirmou o líder do CHEGA, antes de uma visita a um mercado de Natal na baixa de Lisboa.

André Ventura considerou que “alguém que é do partido do Governo estar num cargo de consultor a receber 16 mil euros brutos por mês e ser-lhe criado um cargo específico, também no Governo, abaixo do primeiro-ministro, a ganhar 40% mais do que o primeiro-ministro” levanta suspeitas do crime “de prevaricação”.

“Quero acreditar que o primeiro-ministro não tem nenhum envolvimento criminoso nisto, mas que isto tem um aspeto criminoso, tem. Portanto, nós temos de dizê-lo e temos de pedir consequências”, afirmou, defendendo que o “Ministério Público deve fazer essa investigação”.

Na sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a nomeação do ex-administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino como secretário-geral do Governo, tendo no dia seguinte sido noticiado que o antigo secretário de Estado da Administração Pública do governo de Pedro Passos Coelho iria ter um vencimento de cerca de 15 mil euros, mantendo assim a remuneração.

A manutenção do vencimento de origem só foi possível graças ao decreto-lei publicado na quinta-feira em Diário da República, e que também o PS anunciou que quer discutir no parlamento.

O presidente do CHEGA afirmou que foi feita “uma alteração na lei especificamente” para que Hélder Rosalino “possa assumir outro cargo e ganhar o mesmo salário”, e considerou que “parece verdadeiramente que se encontrou um lugar à figura de uma pessoa, com um salário à figura de uma pessoa e que se alterou nas costas do país a lei ou as normas para que esse salário fosse pago”.

André Ventura disse também que o partido vai pedir a apreciação parlamentar de “todos os atos que tenham que ver com esta nomeação”, incluindo da alteração ao decreto-lei que determina os vencimentos dos dirigentes da Secretaria-Geral do Governo e também da própria nomeação.

O CHEGA vai “pedir todos os elementos ao Governo sobre esta matéria” e levar ao “plenário da Assembleia da República toda a fiscalização que envolva esta nomeação”, ressalvando que não se pronuncia sobre a “figura em si”.

“Tem a ver com a suspeita, que eu acho que é elevada, grave e evidente, de que houve uma alteração feita especificamente para dar lugar e trabalho a uma pessoa, com um salário absolutamente imoral. E eu acho que isto é negativo, acho que isto deve mobilizar o parlamento a uma fiscalização e acho que, honestamente, nem o Ministério Público, nem a Polícia Judiciária, precisarão de nenhuma queixa”, afirmou.

Ventura defendeu que “esta nomeação, num certo sentido, é pior que a da Alexandra Reis, no caso da TAP”.

“Aí havia alguém que saiu com uma indemnização indevida e foi trabalhar para um cargo bem remunerado, aqui é mais grave ainda, parece que alguém já estava a receber um valor pornográfico e foi criado um cargo à medida para continuar a receber esse valor pornográfico”, disse.

Últimas de Política Nacional

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, rejeitou hoje que tenha pedido favores ao antigo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, referindo que apenas 'recomendou o perfil' de uma pessoa para desempenhar determinadas funções.
O candidato presidencial André Ventura considerou que o seu adversário Henrique Gouveia e Melo tem “todos os amigos” de José Sócrates consigo, desafiando-o a esclarecer o envolvimento de pessoas ligadas ao antigo primeiro-ministro na sua candidatura.
Afonso Camões apresentou esta terça-feira a demissão do cargo de mandatário distrital da candidatura de Henrique Gouveia e Melo, justificando a decisão com a necessidade de evitar “embaraços” ao ex-chefe da Marinha na corrida a Belém.
Portugal arrecadou 5,9 mil milhões de euros em impostos ambientais em 2024, alcançando o valor mais elevado de sempre e um crescimento de 4,2% face a 2023.
A sondagem ICS/ISCTE mostra Ventura a liderar nos atributos “líder forte” (22%) e “preocupação com as pessoas” (19%), superando os restantes candidatos.
Todos os autarcas do PSD que integraram o executivo da Junta de Freguesia de Fátima no mandato de 2017-2021 foram constituídos arguidos no âmbito do processo relativo às obras da Casa Mortuária de Fátima, estando acusados do crime de peculato.
O partido CHEGA alertou para os "graves prejuízos" causados pelo vírus da língua azul nas explorações de ovinos no Alentejo e questionou o Governo sobre medidas para travar a doença e apoios aos criadores.
Ribeiro e Castro, antigo líder do CDS e presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, criticou duramente o Governo, afirmando sentir “embaraço” por ter votado AD.
As subvenções vitalícias atribuídas a antigos responsáveis políticos e ex-juízes do Tribunal Constitucional deverão representar um encargo de 10,57 milhões de euros em 2026, valor que traduz uma subida próxima de 19% face aos 8,9 milhões orçamentados para 2025. Trata-se da despesa mais elevada desde 2019.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país. Em entrevista com Pedro Santana Lopes, no programa Perceções e Realidades do NOW, o candidato presidencial apoiado pelo CHEGA afirmou já estar habituado a enfrentar “todos contra nós”.