Governo, ANA, Mota-Engil e APA chamados a AR sobre avaliação das obras na Portela

A comissão parlamentar de Economia aprovou hoje as audições do ministro das Infraestruturas, ANA, Mota-Engil, Agência Portuguesa do Ambiente (APA), regulador da aviação e Zero, sobre necessidade de avaliação de impacto ambiental para obras no aeroporto da Portela.

© Folha Nacional

Os deputados daquela comissão aprovaram por unanimidade o requerimento do grupo parlamentar do CHEGA, para audição do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, do presidente do Conselho de Administração da ANA Aeroportos, José Luís Arnaut, bem como do diretor da Vinci para Portugal e Brasil, Thierry Ligonnière.

Vão também ser chamados para esclarecimentos o presidente da Mota-Engil, Carlos Mota Santos, o presidente do Conselho Diretivo da APA, José Pimenta Machado, a presidente do Conselho de Administração da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), Ana Vieira da Mata, e o responsável da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável Acácio Pires.

Segundo o deputado Filipe Melo, do CHEGA, o objetivo é perceber “se efetivamente é necessário e obrigatório fazer nova avaliação de impacto ambiental [AIA] e, se for o caso, passando pela APA, teremos aqui um processo muito mais demorado e que vai atrasar muito mais uma infraestrutura que é de especial relevo e importância para o país”.

O Jornal de Negócios avançou, em 09 de janeiro, que o Ministério Público entregou uma ação de impugnação no Supremo Tribunal Administrativo que pode levar à suspensão das obras que tinham arrancado em dezembro de 2024.

Esta ação não suspende as obras no imediato, mas poderá levar a atrasos caso a APA tenha de realizar o estudo de impacto ambiental (AIA).

Na base do processo está a interpretação do Ministério Público sobre a necessidade da realização de um AIA na primeira fase dos trabalhos de melhoria da Portela que prevê, por exemplo, a expansão do terminal 1 e a criação de uma placa de estacionamento de aviões.

O Ministério Público sustenta ainda a necessidade de um estudo já nesta fase uma vez que desde 2006 nenhum projeto na Portela foi sujeito a uma avaliação ambiental.

Por sua vez, a APA defende que não seria necessária uma avaliação ambiental nesta fase, uma vez que não iria alterar o aumento da capacidade da infraestrutura, prevendo realizar um estudo apenas para o aumento da capacidade de voos.

No mesmo dia, o Governo anunciou que iria apresentar uma contestação à ação administrativa avançada pelo Ministério Público.

A concessionária, e as outras entidades notificadas, entre as quais APA, NAV – Portugal, vários ministérios e a ANAC, têm 30 dias (a contar da data da notificação) para apresentar contestação.

As obras no aeroporto Humberto Delgado, adjudicadas ao consórcio da Mota-Engil e da Vinci, preveem um investimento de mais de 233 milhões de euros e visam mitigar o atual congestionamento da infraestrutura até ao arranque do novo aeroporto Luís de Camões, em Alcochete.

Na reunião de hoje, a comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação fez ainda um ponto de situação das respostas do ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, sobre privatização da ANA Aeroportos, em 2012, antes de fazer parte do Governo.

O presidente da comissão, o social-democrata Miguel Santos, indicou que, após pedido de João Galamba para que lhe fossem enviadas perguntas por escrito, as respostas, que se tinha comprometido a enviar até à segunda semana de dezembro, ainda não chegaram.

“Estamos num ponto em que não vejo fim à vista, em termos de cumprir o objetivo da comissão, que era obter respostas e em termos do doutor João Galamba cumprir aquilo com que se comprometeu connosco, que era enviar respostas. Não sei o que fazer mais, […] os mecanismos estão esgotados, que eu conheça, e não vejo que outra atitude se pode adotar”, afirmou Miguel Santos.

O presidente salientou que, enquanto ex-governante, João Galamba não é obrigado a apresentar-se à comissão para esclarecimentos, conforme atesta o parecer pedido à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

O deputado Filipe Melo propôs que o caso seja levado ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, por considerar que João Galamba “está a brincar com esta comissão, com estes deputados e com este parlamento”.

Miguel Santos informou que a questão será colocada na próxima reunião de presidentes de comissão, que acontecerá em breve, para tentar consensualizar um procedimento a adotar não só neste caso em particular, mas também em futuras situações semelhantes que possam acontecer.

Últimas de Política Nacional

Catarina Martins voltou a dirigir insultos contundentes a André Ventura, acusando-o de ser “um bully político” que se comporta “como se estivesse no recreio da escola”.
Luís Marques Mendes está no centro de uma nova polémica depois de, no debate presidencial, ter afirmado que o CHEGA “passa a vida a ter propostas inconstitucionais, como a pena de morte”, uma falsidade evidente.
A estrutura concelhia do CHEGA em Vila Nova de Famalicão refere que o vereador do partido vai levar à reunião de Câmara uma proposta para tornar gratuito o estacionamento público no centro da cidade entre 13 de dezembro e 6 de janeiro.
O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) pediu hoje a demissão da ministra da Administração Interna, considerando que Maria Lúcia Amaral é "incapaz de assegurar a estabilidade" das polícias, e alertou para "protestos massivos" como os de 2024.
Uma petição que exige o fim da atribuição de dinheiros públicos para a construção de mesquitas tornou-se viral e já reúne milhares de assinaturas, dias depois da proposta do CHEGA com o mesmo objetivo ter sido chumbada no Parlamento.
A sociedade de advogados Sérvulo & Associados, onde o ex-ministro social-democrata Rui Medeiros é uma das figuras mais proeminentes, está a atravessar um período de forte crescimento no volume de contratos públicos, especialmente desde a chegada de Luís Montenegro ao Governo.
José Sócrates, antigo primeiro-ministro socialista e arguido na Operação Marquês, enviou às redações os bilhetes de duas viagens que realizou recentemente aos Emirados Árabes Unidos, numa tentativa de demonstrar ao tribunal que não ultrapassou o limite de cinco dias consecutivos de permanência no estrangeiro, condição que o obrigaria a comunicar previamente qualquer deslocação ao Ministério Público.
A escolha de Luís Marques Mendes para mandatário da Cultura, Diversidade e Inclusão está a gerar críticas. Dino d’Santiago, o músico que o candidato considera “a pessoa magnífica e mais indicada” para o cargo, volta a estar no centro da polémica. Desta vez não apenas pelas declarações em que defendeu a substituição do hino nacional, mas também pelo historial de financiamentos públicos que envolveram 1,6 milhões de euros.
A deputada socialista Eva Cruzeiro teve a sua assinatura adulterada na reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais, surgindo no livro de presença o nome “Evita Perón” no espaço que está destinado à sua assinatura.
O CHEGA voltou a apontar baterias ao Governo, acusando o executivo de ter agravado o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) logo após a aprovação do Orçamento do Estado.