Acusado de matar mãe com 19 facadas começou a ser julgado no Porto

O Tribunal de S. João Novo, no Porto, começou esta terça-feira a julgar o homem de 62 anos acusado de ter assassinado a mãe com 19 facadas, em janeiro de 2024, quando esta estava sentada no sofá.

© D.R

A acusação relata que no dia 22 de janeiro de 2024, o arguido “munido de uma faca de cozinha, com 18,1 centímetros de comprimento total, sendo 8,2 centímetros de lâmina” aproximou-se da vitima, com 88 anos, e “com o propósito de lhe tirar a vida, apanhando-a desprevenida, abordou-a pelas costas e, sem qualquer motivo, desferiu-lhe vários golpes incisos e profundos no corpo”.

Na sessão desta manhã, foi ouvida a filha mais velha do arguido, que foi quem encontrou o corpo da vítima e chamou as autoridades, que explicou que foi a casa da avó depois de uma amiga da família lhe ter ligado preocupada por não conseguir entrar em contacto com a idosa.

Ouvida pelo Tribunal, esta amiga da família contou que “as discussões entre mãe e filho eram constantes” porque, referiu, o arguido “não sabia ouvir um não e quando ouvia ficava nervoso”.

“Naquele dia, ao final da tarde o tio [do arguido] ligou-me a dizer que ele lhe tinha ligado a contar que matou a mãe”, relatou.

Ao Tribunal, o tio confirmou o telefonema do sobrinho: “Ele ligou-me num estado de embriaguez total a dizer que tinha matado a mãe”.

Segundo um dos inspetores da Polícia Judiciária que esteve no local do crime, o arguido “indicou onde estava a arma do crime – estava no quarto na mesinha de cabeceira – e indicou que a roupa que ele estava a usar na altura estava no quarto de banho”, sendo que ao Tribunal o inspetor não soube dizer se a vítima apresentava sinais de embriaguez.

A sessão foi também marcada pela audição de testemunhas no âmbito do pedido de indemnização civil feito pelos três netos da vítima “que tinham na avó o suporte emocional” e que à data dos factos encontravam-se institucionalizados por as autoridades competentes entenderem que a vítima já não tinha condições físicas de cuidar destes netos, todos menores à data.

O arguido, que se encontra em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Custoias, não prestou declarações na sessão desta manhã porque o Tribunal ainda está à espera de um relatório pericial para aferir da sua inimputabilidade.

Últimas do País

A PSP e a GNR receberam em conjunto mais de 30 mil queixas por violência doméstica em 2024, ano em que 22 pessoas foram mortas, segundo os dados oficiais mais recentes.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, no Aeroporto de Lisboa, uma mulher e dois homens por tráfico internacional de cocaína, com cerca de 33 mil doses dissimuladas no corpo, tendo ficado todos em prisão preventiva, foi hoje divulgado.
A Câmara de Lisboa quer impor a proibição de circulação dos ‘tuk tuk’ em 337 ruas de sete freguesias da capital através de um despacho que entrará em vigor a 01 de abril, noticia hoje o jornal Público.
Os alunos com necessidades educativas específicas que estudam em regime de ensino individual e doméstico vão passar a estar isentos de realizar provas de equivalências, provas finais do ensino básico e exames nacionais.
Mais de 40% dos residentes em Portugal com 16 ou mais anos indicaram ter doença crónica ou problema de saúde prolongando no ano passado, acima da média europeia, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.
Mais de 4,16 milhões de veículos foram fiscalizados na última semana pelas autoridades portuguesas no âmbito da campanha "Taxa Zero ao Volante", com 25.978 infrações detetadas, anunciou hoje a PSP, em comunicado.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) ajudou 681 pessoas alvo de cibercrimes em 2024, registando mais vítimas e denúncias do que no ano anterior, sobretudo casos de burla, mas também mais situações de violência sexual.
Mais de metade das chamadas feitas para o serviço 112 no ano passado foram falsas ou não reportavam situações de emergência, indicou hoje a PSP, que coordena o número de emergência europeu em Portugal.
O presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Rui Ribeiro, demitiu-se do cargo por razões pessoais, disse hoje o próprio à Lusa.
O Tribunal da Relação de Lisboa declarou hoje prescrita a contraordenação de 225 milhões de euros aplicada aos bancos condenados no caso que ficou conhecido como 'cartel da banca'.