Os números totais ainda não foram cedidos, com a justificação de que “estão a ser consolidados” para serem apresentados em março, em sede de Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), e já foi avançado esta terça-feira, pelo Diário de Notícias (DN), de que foram participados à PSP “pouco mais de 28 mil crimes, o terceiro número mais baixo desde 2014.”
No entanto, há duas zonas da capital portuguesa onde foram registados valores recorde de crimes participados à PSP, nos últimos dez anos.
De acordo com os dados, avança o DN, a “área da 1.ª Divisão – integrando as freguesias de toda a zona da Baixa, como Santa Maria Maior (na qual se situa o Martim Moniz),” registou perto de seis mil crimes (5994 crimes) participados à PSP, “o valor mais elevado em dez anos.”
Por sua vez, a 3.ª Divisão (que abrange freguesias de Benfica, Lumiar e Carnide) encabeça a lista de zonas com mais crimes em Lisboa, com 7491 em 2023, o maior número desde 2017 (últimos sete anos) e o terceiro maior desde 2014.
Ainda assim, o maior aumento de criminalidade, num espaço de dez anos, em Lisboa, foi registado na 2.ª Divisão (freguesias de Olivais, Parque das Nações, Marvila e Alvalade): entre 2014 passou de 3130 crimes participados para 5501, ou seja, mais 75%.
Contudo, “a verdade é que será necessária uma análise mais fina dos dados da criminalidade, por tipo de crimes, para tirar conclusões exatas sobre a evolução da taxa de criminalidade na capital portuguesa2, uma vez que os números totais ainda não foram cedidos.
De acordo com a tabela divulgada, pelo Diário de Notícias, há cinco em dez tipos de crimes que viram o número de participações subir junto da PSP: burla informática (subiu de 447 participações em 2014, para 2585 em 2023); outras burlas (escalou de 636 participações em 2014, para 2011 em 2023); furto em edifício comercial ou industrial sem arrombamento, escalamento ou chaves falsas (aumentou de 967 participações em 2014, para 1886 em 2023); violência doméstica (subiu de 1494 participações em 2014, para 1774 em 2023); e ofensa à integridade física (cresceu de 1512 participações em 2014, para 1616 em 2023).
Sobre os mesmos dados, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, alega que “uma coisa são as médias, outra são os casos concretos.” Moedas voltou a defender, esta terça-feira, a possibilidade de a Polícia Municipal efetuar detenções e questionou os números, publicados pelo DN.
O autarca declarou: “Falem com os familiares das mulheres violadas [três vítimas desde o início do ano] ou os das vítimas do triplo homicídio [em outubro de 2024, perto de Santa Apolónia].”