Portugal enfrenta uma das maiores crises habitacionais da Europa e, de acordo com o índice de acessibilidade habitacional da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), é atualmente o país onde é mais difícil comprar casa.

© DR

Os dados mais recentes, referentes ao terceiro trimestre de 2024, mostram que a situação nunca foi tão grave.

Segundo o jornal Expresso, este índice mede a relação entre a evolução dos preços das casas e o crescimento dos rendimentos e quanto mais elevado for o valor, maior a dificuldade de acesso à habitação. Portugal registou 157,7 pontos, o valor mais alto desde que há registos da OCDE para o país.

Logo a seguir surge o Canadá, com 135 pontos, e os Estados Unidos, com 130. No total, a OCDE analisou 30 países, e Portugal apresenta um valor 36% acima da média da organização e 50% acima da média da Zona Euro, alcançando o pior cenário de sempre.

Nos últimos dez anos, Portugal foi o país onde o acesso à habitação mais se deteriorou. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre o terceiro trimestre de 2014 e o terceiro trimestre de 2024, o índice de preços da habitação aumentou 135,2%, ou seja, os preços das casas mais do que duplicaram.

No mesmo período, a remuneração bruta mensal média por trabalhador subiu de 1.150 euros para 1.534 euros, um crescimento de apenas 33%.

Já o salário mínimo nacional passou de 495 euros, em 2014, para 820 euros, em 2024, um aumento de 69%.

Na prática, os preços das casas cresceram a um ritmo quatro vezes superior ao do rendimento médio, tornando a compra de habitação cada vez mais inacessível para a maioria dos portugueses.

Últimas de Economia

Os consumidores em Portugal contrataram em outubro 855 milhões de euros em crédito ao consumo, numa subida homóloga acumulada de 11,3%, enquanto o número de novos contratos subiu 4%, para 157.367, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O Governo reduziu o desconto em vigor no Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP), aplicável à gasolina sem chumbo e ao gasóleo rodoviário, anulando parte da descida do preço dos combustíveis prevista para a próxima semana.
Os pagamentos em atraso das entidades públicas situaram-se em 870,5 milhões de euros até outubro, com um aumento de 145,4 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, segundo a síntese de execução orçamental.
O alojamento turístico teve proveitos de 691,2 milhões de euros em outubro, uma subida homóloga de 7,3%, com as dormidas de não residentes de novo a subir após dois meses em queda, avançou hoje o INE.
A taxa de inflação homóloga abrandou para 2,2% em novembro, 0,1 pontos percentuais abaixo da variação de outubro, segundo a estimativa provisória divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O ‘stock’ de empréstimos para habitação acelerou em outubro pelo 22.º mês consecutivo, com um aumento homólogo de 9,4% para 109.100 milhões de euros, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
A proposta de lei de Orçamento do Estado para 2026 foi hoje aprovada em votação final global com votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e com a abstenção do PS. Os restantes partidos (CHEGA, IL, Livre, PCP, BE, PAN e JPP) votaram contra.
O corte das pensões por via do fator de sustentabilidade, aplicado a algumas reformas antecipadas, deverá ser de 17,63% em 2026, aumentando face aos 16,9% deste ano, segundo cálculos da Lusa com base em dados do INE.
O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em novembro, após dois meses de subidas, enquanto o indicador de clima económico aumentou, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os gastos do Estado com pensões atingem atualmente 13% do PIB em Portugal, a par de países como a Áustria (14,8%), França (13,8%) e Finlândia (13,7%), indica um relatório da OCDE hoje divulgado.