Rubio exige desculpas a Zelensky após confronto verbal com Trump

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, apelou ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que peça desculpas após um confronto verbal com o homólogo norte-americano, Donald Trump na Casa Branca.

© Facebook de Marco Rubio

O líder ucraniano devia “pedir desculpa por estar a desperdiçar o nosso tempo com uma reunião que terminou assim”, disse na sexta-feira o secretário de Estado dos EUA.

“Detalhámos muito claramente qual é o nosso plano, que é levar os russos à mesa das negociações”, disse Rubio, em entrevista à televisão norte-americana CNN.

Mas “durante dez dias, em todos os compromissos que tivemos com os ucranianos, houve complicações, incluindo as declarações públicas do Presidente Zelensky”, disse Rubio, questionando a disponibilidade do Presidente ucraniano “para atingir a paz”.

“Talvez ele não queira um acordo de paz. Diz que quer um, mas talvez não queira”, disse o diplomata, acrescentando que “este enfraquecimento dos esforços para alcançar a paz é muito frustrante”.

Numa entrevista à televisão norte-americana Fox News depois do confronto, Zelensky rejeitou dever um pedido de desculpas a Trump.

“Penso que temos de ser muito abertos e honestos, e não tenho a certeza de que tenhamos feito algo de errado”, disse o Presidente ucraniano.

“Respeito o Presidente [Trump] e respeito o povo americano”, disse Zelensky.

Estas declarações surgiram horas depois de um confronto verbal na Casa Branca, durante o qual Trump, erguendo a voz, ameaçou abandonar a Ucrânia se Zelensky não fizer concessões à Rússia.

“Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz”, disse Trump numa mensagem na sua rede social, Truth Social.

A assinatura de um acordo sobre os minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas, para a qual o chefe de Estado da Ucrânia se tinha deslocado a Washington, não se realizou.

Trump acusou também o homólogo ucraniano de ter “faltado ao respeito aos Estados Unidos” na Sala Oval, sublinhando que Washington deu à Ucrânia muito dinheiro e que ele “devia estar mais grato”.

Na sequência da altercação, os líderes da União Europeia, Canadá e numerosos países declararam publicamente apoio a Zelensky e a uma paz “justa e duradoura” com a Rússia.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, garantiu a Kiev o seu “apoio inabalável”, sublinhando que já falou com Trump e Zelensky.

Já hoje, o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, disse que o país “apoiará a Ucrânia” durante o tempo que for necessário.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, declarou na sexta-feira ao homólogo da Ucrânia, Andrii Sybiha, que o país “pode contar com Portugal”.

Pouco antes, o primeiro-ministro português disse que “a Ucrânia pode sempre contar com Portugal”, numa mensagem publicada nas redes sociais, escrita em português e em inglês, e na qual Luís Montenegro identifica Volodymyr Zelensky.

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