Professora de Espinho suspeita de agredir crianças condenada a pagar 2.800€

O Tribunal da Feira condenou hoje ao pagamento de 2800 euros de multa uma professora de uma escola de Espinho, no distrito de Aveiro, suspeita de ter agredido sete crianças estrangeiras.

© DR

Durante a leitura do acórdão, o juiz presidente disse que efetuado o julgamento resultaram essencialmente provados os factos da acusação.

A docente do primeiro ciclo, de 64 anos, que se encontra atualmente a dar apoio na biblioteca, estava acusada de sete crimes de maus tratos, mas o coletivo de juízes entendeu que não estava preenchido este tipo legal do crime.

O juiz presidente disse que o comportamento da arguida merecia ser censurado, mas por outros crimes, designadamente ofensa à integridade física simples e injúria, pelas agressões que o tribunal deu como provadas e pelas expressões utilizadas de burro e deficiente.

A arguida foi assim condenada a 80 dias de multa, por cada um dos sete crimes de ofensa à integridade física simples, e 40 dias por cada um dos quatro crimes de injúria, tendo-lhe sido aplicada uma pena única de 350 dias de multa à taxa diária de oito euros, totalizando 2.800 euros.

A arguida terá ainda de pagar 500 euros de indemnização a cada um dos sete alunos e 500 euros a quatro alunos.

A docente também estava acusada de cinco crimes de denúncia caluniosa, no âmbito de um outro processo relacionado com uma queixa apresentada na PSP contra os pais de vários alunos e onde dizia que o processo tinha sido arquivado, o que não correspondia à verdade, mas foi absolvida destes crimes.

Durante o julgamento a arguida negou as agressões, adiantando que nunca bateu em nenhum menino em 40 anos de serviço e disse que tratava os alunos como se fossem seus filhos. “Sentava-os muitas vezes ao colo. Dava-lhes todo o apoio necessário e nunca bati em ninguém”, afirmou.

Mais tarde, acabaria a admitir “toques” com folhas e um livro na cabeça das crianças, para lhes chamar a atenção, quando estavam “um bocadinho distraídos”.

“Há um toque. Não há o bater. Chamo a atenção assim. Não há sangue nenhum”, disse.

Os factos ocorreram no ano letivo 2019/2020, quando a arguida dava aulas aos alunos do 1.º ano da escola básica n.º 3 em Anta, no concelho de Espinho.

Entre os menores encontravam-se sete alunos estrangeiros a quem, segundo a acusação, a arguida se dirigiu por diversas vezes, dizendo que a culpa da crise em Portugal era dos estrangeiros e que eles deviam ir para a terra deles.

A acusação do Ministério Público (MP) refere ainda que a arguida agrediu vários destes menores com bofetadas e pancadas na cabeça e chamava-os de “deficientes e burros” quando erravam as respostas.

Em janeiro de 2020, a professora foi afastada da docência destes menores, na sequência de um processo disciplinar que lhe foi instaurado pelo Agrupamento de Escolas, que concluiu que a arguida “violou normas funcionais, nomeadamente os deveres de zelo e correção”.

Em consequência, a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares aplicou-lhe uma pena disciplinar de suspensão por 30 dias, suspensa na sua execução por um ano, continuando a professora a exercer funções de docência no ensino básico até à data em que foi deduzida a acusação do MP, em agosto de 2023.

Últimas do País

Guardas prisionais detetaram na madrugada desta segunda-feira, numa camarata da cadeia de Alcoentre, um saco com 30 telemóveis, drogas, bebidas alcoólicas e uma corda, alegadamente deixado por intruso que penetrou no perímetro prisional, segundo fonte sindical.
O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) confirmou hoje que no segundo dia da greve parcial na CP serão novamente suprimidos dois comboios e denunciou que a empresa reduziu o número de carruagens para minimizar o impacto da paralisação.
A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a divulgação de IPTV 'pirata' em páginas do Governo português, na sequência de uma queixa apresentada pela GEDIPE, disse hoje à Lusa o seu diretor.
Um professor condenado por abusar sexualmente de uma aluna de 12 anos numa escola de Matosinhos, distrito do Porto, vai poder voltar a dar aulas, segundo um acórdão do Tribunal da Relação do Porto (TRP) consultado pela Lusa.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou hoje para o risco de inundações, cheias e acidentes rodoviários devido às previsões de chuva e vento fortes, trovoada e agitação marítima a partir da tarde de hoje.
Três crianças foram encontradas pela PSP num edifício devoluto numa zona conotada com o consumo de droga, no Bairro Padre Cruz, em Lisboa, tendo sinalizado o caso à Comissão de Menores
O Tribunal de Coimbra condenou hoje a uma pena de prisão efetiva de dois anos e três meses o recluso que atacou um guarda do Estabelecimento Prisional de Coimbra, em março do ano passado.
A PJ indicou hoje que ficaram em prisão preventiva os quatro detidos na operação que realizou juntamente com a Marinha e Força Aérea e resultou na apreensão de 1,7 toneladas de cocaína no Oceano Atlântico.
Os trabalhadores em arquitetura denunciaram hoje “práticas reiteradas e instituídas” de assédio laboral no setor, apontando a precariedade como principal instrumento de intimidação, e anunciaram que vão lutar contra o pacote laboral do Governo, que agrava as condições.
O caso ocorreu na Maternidade Daniel de Matos, integrada na Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, para onde a grávida, de 43 anos, foi encaminhada por se ter sentido mal. Um bebé morreu na barriga da mãe, que estava em final de gravidez.