Irão rejeita exigências de Trump para negociações

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, disse hoje não aceitar as exigências dos países que insistem em negociar, um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos ter anunciado que lhe tinha enviado uma carta a pedir diálogo.

© Facebook de Ayatollah Ali Khamenei

“A insistência de alguns governos abusivos em encetar negociações não tem como objetivo resolver problemas, mas sim impor o seu domínio e impor as suas exigências”, disse Khamenei, no que foi entendido como uma resposta aos apelos de Donald Trump para negociações.

“A República Islâmica do Irão não aceitará as suas exigências”, acrescentou a principal autoridade política e religiosa do Irão, numa reunião em Teerão com altos funcionários do Governo iraniano.

Khamenei criticou também o que apelidou de “duplicidade de critérios” do Ocidente e afirmou que os princípios ocidentais são contrários aos princípios islâmicos.

“Não podemos seguir os princípios da civilização ocidental em matéria política e económica”, afirmou.

Os comentários de Khamenei surgem um dia depois de Trump ter anunciado que enviou uma carta ao Irão a pedir negociações sobre um acordo nuclear.

“Temos uma situação com o Irão e algo vai acontecer muito em breve, muito, muito em breve”, disse Trump aos jornalistas na Sala Oval, na sexta-feira, acrescentando que faltam apenas “os últimos retoques” para chegar a um acordo e que “vão ser dias interessantes”.

O Presidente norte-americano insistiu que prefere “um acordo de paz à outra (opção militar)”, algo que já tinha afirmado anteriormente, e garantiu que Washington não pode “permitir que eles tenham uma arma nuclear”, referindo-se ao Irão.

Após o seu regresso ao poder, Trump voltou a impôr a chamada política de “pressão máxima” contra o Irão e aprovou novas sanções para cortar a venda de petróleo iraniano.

Khamenei, por seu turno, já tinha rejeitado a possibilidade de negociar, considerando que falar com Washington “não é sensato, não é inteligente e não é honroso”.

A mais alta autoridade religiosa recordou que, em 2018, Trump abandonou o pacto nuclear de 2015, assinado entre o Irão e seis potências, que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções.

Após a saída dos Estados Unidos da América do acordo nuclear, o Irão está a enriquecer urânio muito acima do nível permitido e já tem 274 quilogramas enriquecidos a 60% de pureza, perto de 90% para uso militar, segundo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

Últimas do Mundo

Os serviços secretos norte-americanos balearam, na noite de sábado, um homem armado perto da Casa Branca, que morreu posteriormente no hospital, revelou hoje o chefe de comunicação dos serviços secretos dos Estados Unidos.
A África do Sul e a União Europeia (UE) realizam quinta-feira uma cimeira na Cidade do Cabo, que o presidente do Conselho Europeu disse ter o propósito de "aprofundar laços", abordando as "questões mundiais mais prementes".
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, disse hoje não aceitar as exigências dos países que insistem em negociar, um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos ter anunciado que lhe tinha enviado uma carta a pedir diálogo.
A polícia suíça anunciou hoje que resolveu um sequestro de dois cães de raça bolonka que exigia um resgate de um milhão de francos suíços (cerca de 1.048 milhões de euros, ao câmbio atual).
O Papa Francisco advertiu hoje, numa mensagem preparada no hospital Gemelli, em Roma, que “uma sociedade justa não se constrói eliminando os nascituros indesejados” ou os idosos e doentes dependentes.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu hoje que está a ponderar a imposição de sanções “em grande escala” contra a Rússia para forçar negociações diretas com a Ucrânia que conduzam a um cessar-fogo.
O número de nascimentos na União Europeia (UE) recuou, em 2023, 5,4% para os 3,67 milhões de bebés, a maior quebra no indicador desde 1961, face aos 3,88 milhões do ano anterior, divulga hoje o Eurostat.
O Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu hoje de que Moscovo não desistirá dos limites definidos nos últimos três anos para terminar a guerra na Ucrânia, escolhendo, portanto, "a versão da paz" que melhor sirva os seus interesses.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje baixar as taxas de juro em 25 pontos base, a sexta redução desde que iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024, considerando que o "processo desinflacionista está bem encaminhado".
As autoridades romenas detiveram hoje seis pessoas acusadas de traição e formação de uma organização paramilitar com o objetivo de derrubar o Governo, um dia após a expulsão de dois diplomatas russos de alto nível.