Portugal possui um vasto e rico leque de património arqueológico identificado por todo o território nacional. Todo o património arqueológico é parte fundamental da herança cultural do nosso país, sendo considerado património nacional pois testemunha o valor civilizacional e cultural de um povo. Como tal, o Estado tem a obrigação de garantir a sua conservação, arquivo, gestão, valorização e divulgação.
A arqueologia portuguesa desempenha um papel essencial no Património Cultural, contendo diversas áreas de atuação, sendo de destacar o ordenamento do território, como forma de gestão do mesmo; avaliação de impacte ambiental, onde avalia a viabilidade ambiental e patrimonial dos projetos; arqueologia de investigação e por fim, a arqueologia preventiva, onde a maioria dos trabalhos arqueológicos se concentra.
A profissão de arqueólogo sofre atualmente uma enorme desvalorização tanto nas condições de trabalho, como na falta de reconhecimento da sua importância social e cultural. Apesar de serem profissionais altamente qualificados, com conhecimentos históricos, técnicos e científicos essenciais à proteção do património nacional, sofrem de uma enorme desunião devido à desvalorização da profissão, não dispondo de uma estrutura forte de representação profissional. A criação de uma Ordem dos Arqueólogos poderia contribuir para uma autorregulação e garantir melhores formas do exercício da atividade, determinando assim, as condições de acesso à profissão.
Portugal com os seus quase 900 anos de história é uma nação antiga, sendo o seu povo, também ele, um dos mais antigos da Europa. A identidade portuguesa alia-se às diversas tradições nacionais, assim como, à cultura portuguesa, formada no seu povo desde os primórdios da nacionalidade.
A cultura portuguesa entrelaça-se assim, com a identidade nacional, onde todo o português faz parte de um coletivo, vivenciando a mesma sociedade, e possuindo narrativas e formas de viver próprias. O ser português hoje, vai além de um simples documento de identificação, é um sentimento de pertença ao país, um vínculo profundo com a história e os valores da nação, é sentir Portugal e a Portugalidade e sentir-se parte de uma bela e grande família, Portugal.
Essa identidade nacional advém de todos nós possuímos a língua portuguesa, onde através da mesma, são transmitidos todos os conhecimentos geracionais, mitos, histórias e valores, criando assim, uma herança e consciência portuguesa comum. As tradições e a religião também contribuem para essa ligação, criando um vínculo de comunidade, ainda que com variações regionais na sua forma de expressão.
A história e os símbolos nacionais ocupam um lugar de destaque no imaginário coletivo do povo português. A história faz com que cada pessoa se sinta ligada a uma comunidade maior, onde o passado é compartilhado e sentido por todos. Na história de Portugal a época dos descobrimentos estará mais presente no imaginário português, onde os nossos antepassados cortavam os mares e descobriam novos mundos ao mundo, espalhando a cultura portuguesa e criando comunidades lusófonas ao redor do mundo. Um outro facto histórico tem a ver com o enorme sentimento antiespanhol, marcado em várias fases da história de Portugal, tendo atualmente desaparecido, especialmente nas camadas mais jovens devido à incorporação portuguesa na União Europeia.
No que toca à simbologia nacional, nomeadamente: a bandeira, o hino, as quinas, a esfera armilar e a cruz da ordem de Cristo. Estas, representam a nação e reforçam a identidade do povo português, tendo todos os cidadãos a obrigação de respeitar os símbolos nacionais, nunca profanando e transmitindo esses valores às gerações vindouras.
A identidade portuguesa é assim fletida no património nacional onde todos os portugueses se reveem e se identificam como fazendo parte da mesma família, estando todo o português, ligado à história do país e a uma memória comum. Os arqueólogos encontram-se na linha da frente na defesa da nossa herança cultural, sendo a arqueologia uma ciência de enorme importância na defesa do nosso património. A arqueologia não é apenas uma ciência do passado, mas uma salvaguarda do presente e do futuro, garantindo que a identidade nacional continue viva e de boa saúde.