Chefes da guarda prisional dizem que preocupação com baixas ignora quadros por preencher

Os chefes da guarda prisional acusam a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) de fazer uma "constatação seletiva" ao apontar a elevada incidência de baixas médicas, ignorando 25% dos quadros por preencher.

©D.R.

“É preciso desplante! E as ausências orgânicas? Qualquer organização que assume a falta nos seus quadros de 25% (1.200 guardas, acrescido do envelhecimento dos presentes) de efetivo e restringe/resume a sua intervenção a ‘espremer’, sem escrúpulos, o corpo da guarda prisional não se deve surpreender por ter ausências que considere excessivas”, lê-se num comunicado da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP) hoje divulgado.

Para a estrutura sindical, o número “até pecará por defeito em virtude do que o corpo da guarda prisional é ‘obrigado’ a sujeitar-se” e defende que a prioridade da DGRSP deve ser criar condições “aliciantes e dignas” para a carreira, “ao invés de se focar num número excecional de faltas ao serviço por si provocadas”.

A DGRSP está a analisar as causas da “elevada incidência” de baixas prolongadas dos guardas prisionais, revela o relatório de execução do plano de reforço de segurança nas prisões, divulgado no sábado, e, segundo o Ministério da Justiça (MJ), estão em questão, essencialmente, baixas relacionadas com acidentes de serviço e doenças profissionais.

Esta averiguação faz parte do documento entregue na semana passada ao MJ pela DGRSP, que surge na sequência do plano de reforço da segurança nas prisões.

O objetivo deste relatório é fazer um ponto de situação das medidas executadas ou em curso nos primeiros três meses do ano, depois da auditoria a nível nacional da Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça (IGSJ).

A auditoria da IGSJ foi feita depois da fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, em 7 de setembro do ano passado, e no respetivo relatório, conhecido no final de 2024, já era feito o alerta sobre as baixas dos guardas prisionais.

Sobre o anúncio de uma monitorização permanente em todos os estabelecimentos prisionais, a ASCCGP questiona que meios serão alocados, recordando que em Vale de Judeus havia um guarda a observar quase 200 câmaras.

Por outro lado, considera a instalação de inibidores de sinal de telemóvel “uma medida apropriada”.

A ASCCGP acusa a tutela de “incapacidade resolutiva” dos problemas da classe e sugere à DGRSP, na sequência do anúncio de avaliação das causas das baixas médicas, “estender a análise às questões da saúde mental”.

Últimas do País

A operação 'Portugal Sempre Seguro', que juntou várias polícias e entidades do Estado, registou 60 detenções nos últimos seis dias, 32 das quais relacionadas com crimes rodoviários, segundo resultados provisórios divulgados esta segunda-feira.
Quase 50 elementos da Frontex vão reforçar os aeroportos portugueses em 2026 para trabalharem em conjunto com os polícias da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras da PSP no controlo das fronteiras aéreas, revelou à Lusa aquela polícia.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) instaurou um processo-crime por abate clandestino e 38 processos de contraordenação a talhos, por infrações como o desrespeito das normas de higiene, foi hoje anunciado.
Um homem de mais de 50 anos foi descoberto sem vida num canavial em Queijas, com marcas claras de "morte violenta".
Um sismo de magnitude 2,7 na escala de Richter foi sentido hoje na Terceira, nos Açores, no âmbito da crise sismovulcânica em curso na ilha, informou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
Uma sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã e CMTV revela um país farto do estado da Saúde: 58,4% exigem a demissão imediata da ministra e apontam-lhe responsabilidades diretas no caos do SNS.
Um novo foco de gripe das aves foi detetado no Ramalhal, em Torres Vedras, numa capoeira doméstica com gansos, patos, galinhas pintadas e codornizes, anunciou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas efetivas de prisão para o ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro, e mais quatro arguidos do processo Ajuste Secreto.
O Ministério Público (MP) acusou o dono de um stand automóvel de Vila do Conde num processo de fraude fiscal que terá lesado o Estado em mais de 1,6 milhões de euros.
Pelo menos 24 mulheres foram assassinadas em Portugal este ano até 15 de novembro, das quais 21 como resultado de violência de género (femicídio), segundo o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).