Associação Automóvel de Portugal quer incentivo ao abate até 5.000€ a abranger até 40.000 veículos

A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) propôs hoje um programa de incentivo ao abate de veículos em fim de vida até aos 5.000 euros na compra de viaturas totalmente elétricas, e abranger até 40.000 veículos em 2026.

© D.R

Esta é uma das cinco propostas que a ACAP quer apresentar aos partidos políticos e ao próximo Governo, defendendo uma estratégia integrada para viabilizar a transição energética no setor automóvel.

“Temos um parque automóvel envelhecido e, naturalmente, poluente, a idade média dos veículos que são enviados para abate alcançou quase 25 anos, em 2024”, disse aos jornalistas o secretário-geral da ACAP, Helder Barata Pedro, em conferência de imprensa na sede da associação, em Lisboa.

Para a associação, o atual programa de incentivo ao abate do Fundo Ambiental é “ineficaz”, tendo esgotado em apenas quatro dias, uma vez que são atribuídos “apenas 1.425 incentivos a pessoas singulares” e para compra de carros totalmente elétricos.

A proposta da ACAP alarga a abrangência da medida à compra de qualquer veículo eletrificado (híbridos), com primeira matrícula em Portugal e adquiridos por qualquer forma de financiamento, e, para abate, os veículos a combustão matriculados em Portugal há mais de 10 anos.

O incentivo poderá chegar aos 5.000 euros no caso de viaturas 100% elétricas, e abranger até 40.000 veículos, enquanto o abate seria livre de ónus e encargos para os proprietários.

“O objetivo passa pela poupança energética de 3,2 milhões de litros de combustível/ano, o equivalente a 33.200 barris de petróleo”, apontou a ACAP.

Em termos de fiscalidade, a associação propõe a transferência progressiva do imposto sobre a aquisição (ISV) para o imposto de circulação (IUC), até à extinção total do ISV em 2030.

Segundo as contas da ACAP, esta medida representaria cerca de 176 milhões de euros de despesa fiscal, que seria compensada com uma receita de 315 milhões, pela cobrança do IVA dos veículos elétricos e o IUC dos carros novos, que seria superior ao dos carros antigos que saem de circulação.

Relativamente à importação de carros usados, que em 2024 representaram mais de metade das matrículas de ligeiros novos, com uma média de idades de cerca de oito anos, a ACAP defende o reforço do controlo de partículas nas Inspeções Periódicas Obrigatórias (IPO).

“Estamo-nos a tornar o caixote do lixo da Europa com carros a diesel, gasolina, que vão completamente contra o que a própria União Europeia e os governos acham que deve ser a evolução do setor”, considerou o novo presidente da ACAP, Sérgio Ribeiro, que assumiu o cargo no final de março.

A ACAP propõe ainda a alteração na forma de cálculo das emissões dos veículos híbridos Plug-in (PHEV), que atualmente são definidos por critérios que exigem autonomia mínima de 50km em modo elétrico e emissões inferiores a 50g de CO2 por quilómetro.

Para a associação, com a introdução de um novo método de ensaio, o Utility Factor (UF), muitos destes veículos poderão deixar de cumprir esses critérios e, por isso, ser alvo de uma penalização fiscal significativa.

Por último, a ACAP defende a implementação de uma base de dados partilhada com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, os IPO e as seguradoras, para garantir o sucesso dos programas de chamada dos veículos à marca quando são detetadas desconformidades pelo fornecedor, que possam comprometer a segurança rodoviária.

Últimas de Economia

O escândalo da privatização da TAP volta a rebentar: o Ministério Público constituiu quatro arguidos por suspeitas de que a companhia aérea foi comprada… com o próprio dinheiro da TAP. A operação 'Voo TP789' desencadeou 25 buscas explosivas e está a abalar o setor da aviação nacional.
A taxa de inflação homóloga fixou-se, em outubro, nos 2,1% na zona euro, confirmou hoje o Eurostat, indicando que na União Europeia (UE) foi de 2,5%, com Portugal a apresentar a sexta menor (2,0%).
A Polícia Judiciária realizou hoje várias buscas no âmbito da privatização da TAP em 2015.
O Conselho Económico e Social (CES) considera "insuficiente o grau de clareza" das transferências internas da Segurança Social e recomenda que a Conta Geral do Estado (CGE) "passe a incluir dados detalhados" sobre a Caixa Geral de Aposentações (CGA).
O Banco Central Europeu (BCE) considerou que dez bancos importantes da zona euro tinham em 2025 provisões insuficientes para cobrir os riscos de exposições a crédito malparado, menos oito bancos que na revisão supervisora de 2024.
A Comissão Europeia decidiu hoje impor limites a importações de produtos de ligas de ferro (ferroligas) pela União Europeia (UE), como medida de proteção desta indústria.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) exigiu hoje o reforço urgente da segurança, após recentes disparos contra serviços de finanças da Grande Lisboa, durante a madrugada, e alertou para o agravamento do clima de segurança nos trabalhadores.
O Ministério Público realizou buscas de grande escala na TAP para investigar suspeitas de corrupção e burla na privatização feita em 2015. O caso, reaberto com novos indícios da Inspeção-Geral de Finanças, ameaça reacender uma das maiores polémicas da empresa.
Nos primeiros nove meses do ano, foram comunicados ao Ministério do Trabalho 414 despedimentos coletivos, mais 60 face aos 354 registados em igual período de 2024, segundo os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que vai solicitar mais informações aos bancos sobre os ativos de garantia que permitem mais financiamento.