Trabalhadores do Metro de Lisboa mantêm plenário após apelo da empresa

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa vão manter hoje a realização do plenário a partir das 20:00, depois do apelo da empresa para o seu reagendamento devido ao impacto no serviço em noite de Santos Populares, segundo fonte sindical.

© Metropolitano de Lisboa

O Metropolitano de Lisboa anunciou na quarta-feira que vai suspender a circulação e encerrar todas as estações a partir das 20:00 de hoje devido ao plenário, considerando a iniciativa dos sindicatos – marcada das 21:15 às 02:30 de sexta-feira – “inédita e inusitada”.

A empresa destacou, em comunicado, que a convocatória das organizações sindicais para o plenário apela “expressamente à participação de todos os trabalhadores, não considerando a necessidade de assegurar serviços de natureza urgente e essencial”, devido às festas dos Santos Populares de Lisboa.

A transportadora referiu “não estarem reunidas as condições operacionais mínimas e as necessárias condições de segurança para a manutenção da rede em funcionamento”, tendo em conta o expectável “aumento exponencial da procura” e “as comunicações de ausência já apresentadas pelos trabalhadores”.

Contactada pela Lusa, Sara Gligó, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), disse que o plenário vai ser mantido e refutou declarações da empresa.

“Não é uma ideia inédita nem inusitada. Fazemos muitas vezes plenários à noite e, quanto ao facto de dizerem que nesta altura não existe matéria de negociação que leve a esta questão, lembro que há um conjunto de 14 questões que, a serem acatadas, teriam desbloqueado este plenário”, disse.

A sindicalista lembrou que em dezembro o sindicato levantou uma greve ao trabalho suplementar e eventos especiais devido a um acordo que a empresa não cumpriu na totalidade.

“Há meses que andamos a debater este diferendo com a empresa. Ou a empresa entende agora não ter legitimidade para negociar ou então acha que a matéria não é importante, mas é muito importante para os trabalhadores. Há acordos que estão por cumprir desde 2023”, referiu.

Sara Gligó contou que os sindicatos estiveram reunidos com a empresa na terça-feira durante três horas e na quinta-feira novamente, sem ter havido qualquer sinal de abertura para desbloquear o impasse nas negociações.

“Por isso, vamos manter o plenário, mas estamos sempre abertos à negociação”, disse.

No comunicado de quarta-feira, o Metropolitano de Lisboa disse que “continuará empenhado na resolução célere e eficaz das matérias objeto do processo negocial em curso” e reiterou o “seu firme compromisso com uma postura de diálogo aberto, transparente e institucionalmente responsável com todas as estruturas representativas dos trabalhadores”.

A empresa lamentou “os transtornos que a situação causará a todas as pessoas que escolhem o transporte público como opção de mobilidade para celebrar, com tranquilidade e segurança, as festas da cidade”.

E adiantou ainda que a informação sobre o serviço a realizar hoje e na sexta-feira será atualizada em permanência nos seus canais de comunicação.

Em maio decorreu na transportadora uma greve ao trabalho suplementar e a eventos especiais que o Metropolitano disse não ter impacto no habitual serviço de transportes.

Na altura em que foram anunciadas as paralisações, Sara Gligó indicou estar em causa o cumprimento do acordo de empresa: “O acordo que a empresa fez connosco no final de dezembro para levantar uma greve similar a esta relativamente ao pagamento do dinheiro que é devido aos trabalhadores desde sempre, portanto as variáveis remuneratórias [trabalho suplementar e feriados].”

Os trabalhadores lutam também pelo aumento do subsídio de almoço e pela redução do horário para as 35 horas semanais.

Hoje, dia em que Lisboa vive a principal noite das suas festas, com arraiais e, no centro da cidade, o desfile das marchas, decorre também uma greve de 24 horas na Carris, empresa que presta o serviço público rodoviário municipal. Há serviços mínimos definidos para cerca de uma dezena de carreiras.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

Normalmente, o metro funciona entre as 06:30 e as 01:00.

Últimas do País

Portugal pediu assistência de satélite à União Europeia (UE), através do sistema Copernicus, mas ainda não ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, indicou esta quarta-feira à Lusa a Comissão Europeia.
Com o aumento dos incêndios e temperaturas elevadas, a falta de meios aéreos está a preocupar as autoridades.
Um estrangeiro de 20 anos foi detido, na segunda-feira, pelo Núcleo de Estrangeiros e Controlo Fronteiriço da Polícia de Segurança Pública de Lisboa, após ter desrespeitado uma ordem judicial de abandono voluntário do território nacional.
A GNR anunciou hoje ter identificado um homem de 22 anos suspeito de provocar um incêndio no concelho de Tondela, de forma acidental, quando se encontrava a limpar mato.
O presidente da Câmara de Ponte da Barca pediu hoje ajuda com reforço de meios aéreos para “salvar” a aldeia de Germil, no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), em risco de “ficar cercada” pelo fogo.
Os exames de radiologia representaram a quarta maior despesa convencionada do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 2024, totalizando cerca de 131 milhões de euros, anunciou hoje a Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
Três estradas nacionais dos distritos de Aveiro, Portalegre e Castelo Branco estão hoje de manhã condicionadas devido a incêndios rurais, anunciou a GNR.
O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) alertou para um agravamento da crise de recrutamento de agentes da PSP, após um curso de formação ter terminado hoje com 28% das vagas disponíveis por preencher.
Um incêndio que deflagrou hoje na freguesia de Alcanede, no concelho de Santarém, mobilizava pelas 17h40 quase 230 operacionais e já levou ao corte da Estrada Nacional (EN) 362, segundo o Comando Sub-Regional da Lezíria do Tejo.
O Tribunal de Santarém decretou a prisão preventiva de 13 dos 33 detidos no âmbito de uma operação conjunta entre as autoridades portuguesas e espanholas contra uma rede internacional de tráfico de droga.