Assembleia Parlamentar da OSCE para a Ucrânia pede “atenção internacional” para rapto de crianças

A Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), reunida esta semana no Porto, pediu hoje "atenção internacional urgente" para o rapto, deportação e "russificação" de crianças ucranianas.

© D.R.

Num relatório divulgado hoje durante a sessão anual do organismo, que decorre no Porto até quinta-feira, a relatora especial da equipa de apoio parlamentar da Assembleia Parlamentar da OSCE para a Ucrânia, Carina Ödebrink, pediu “medidas resolutas para garantir a responsabilização pelos sequestros de crianças ucranianas” e para manter a situação destes menores como “uma alta prioridade”.

“A Ucrânia não será livre enquanto as suas crianças não forem localizadas e devolvidas”, afirmou, citada no relatório.

Segundo a relatora, muitas das crianças são forçadas a passar por esforços intensos para apagar a sua identidade ucraniana e são sujeitas à “russificação” e militarização, incluindo serem forçadas a falar russo, cantar o hino nacional russo, participar em marchas militares e manusear armas de fogo.

Estas ações constituem “provavelmente violações de inúmeras disposições da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e de outros órgãos do Direito Internacional”, indicou o documento.

A Assembleia Parlamentar da OSCE, “como organização dedicada aos direitos humanos e à segurança de todas as crianças, tem a responsabilidade de agir para garantir que estas crianças sejam devolvidas” à Ucrânia, referiu ainda.

No relatório, Ödebrink instou os parlamentares a apelarem aos respetivos governos para que “intensifiquem a cooperação” com as autoridades ucranianas e que mantenham e aprofundem “as coligações e a colaboração internacionais”.

Os Estados-membros da OSCE devem ainda prever “disposições para o regresso seguro e incondicional das crianças ucranianas nas negociações de paz e cessar-fogo”.

“Temos de fazer o que estiver ao nosso alcance para facilitar esta administração da justiça”, pediu Ödebrink.

“Embora estejamos atualmente a ajudar a Ucrânia na guerra, não podemos esquecer de também a ajudar na paz”, defendeu a relatora especial.

Ödebrink foi nomeada relatora especial pela presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE, Pia Kauma, no ano passado, especificamente para examinar esta questão crítica.

O relatório baseia-se em informações disponibilizadas por atores internacionalmente reconhecidos dentro e fora da Ucrânia, “com o objetivo de expor a magnitude da violação da Rússia do Direito Internacional Humanitário e dos compromissos da OSCE”, referiu hoje a Assembleia Parlamentar, em comunicado.

A cidade do Porto acolhe a 32.ª sessão da Assembleia Parlamentar da OSCE até quinta-feira (03 de julho) que terá como tema geral “Comemoração dos 50 Anos da Ata Final de Helsínquia: Responder a uma nova realidade na OSCE”. A Ata Final de Helsínquia, firmada a 01 de agosto de 1975, estabelece os princípios que regem as relações entre os Estados participantes.

Criada em 1975, em plena Guerra Fria, e com sede em Viena, a OSCE visa promover o diálogo entre o Ocidente e o leste da Europa. É considerada a maior organização regional de segurança do mundo, abrangendo todos os Estados europeus, a Federação Russa, os países da Ásia Central, a Mongólia, os Estados Unidos da América e o Canadá, num total de 57 membros.

Últimas do Mundo

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, considerou hoje "uma vergonha" a Marcha do Orgulho Gay, que reuniu no sábado nas ruas de Budapeste dezenas de milhares de pessoas, apesar da proibição da polícia.
A Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), reunida esta semana no Porto, pediu hoje "atenção internacional urgente" para o rapto, deportação e "russificação" de crianças ucranianas.
Mais de 50.000 pessoas foram deslocadas temporariamente na Turquia devido a incêndios florestais que têm afetado as províncias de Esmirna, Manisa (oeste) e Hatay (sudeste), anunciou esta segunda-feira a Agência Turca de Gestão de Catástrofes (AFAD).
A Força Aérea polaca ativou todos os recursos disponíveis no sábado à noite durante o ataque russo ao território ucraniano, uma vez que a ofensiva russa afetou territórios próximos da fronteira com a Polónia.
O Papa Leão XIV pediu hoje orações pelo silêncio das armas e pelo trabalho pela paz através do diálogo, durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Um ataque massivo da Rússia com 477 drones e 60 mísseis, na noite de sábado, causou a morte de um piloto da Força Aérea e seis feridos na cidade ucraniana Smila, denunciou hoje o Presidente da Ucrânia.
A constante ligação aos ecrãs e a proliferação de métodos de comunicação estão a conduzir a dias de trabalho intermináveis com interrupções constantes, com graves consequências para a saúde mental e física, alertam especialistas e vários estudos recentes.
A associação de empresas de energia de Espanha (Aelec), que integram EDP, Endesa e Iberdrola, atribuiu hoje o apagão de abril à má gestão do operador da rede elétrica espanhola no controlo de flutuações e sobrecarga de tensão.
As companhias aéreas europeias, americanas e asiáticas suspenderam ou reduziram os voos para o Médio Oriente devido ao conflito entre Israel e o Irão e aos bombardeamentos dos EUA contra este último país.
O comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Sirski, assegurou este domingo que as tropas ucranianas conseguiram travar o avanço russo na região nordeste de Sumi, recuperando a localidade de Andriivka e avançando na zona de Yunakivka.