Candidatos a técnicos do INEM dizem só terem conhecido regras após contrato assinado

Vários formandos excluídos do curso para técnicos de emergência pré-hospitalar queixam-se de terem assinado contrato com o INEM sem saberem que alguns módulos da formação eram eliminatórios e vão contestar os resultados.

©INEM

Em declarações à Lusa, diversos formandos do curso que arrancou em janeiro disseram ter assinado contrato com o INEM a 20 de janeiro, sendo que a ata do júri, a que a Lusa teve acesso e que definia os métodos e critérios de avaliação, data de dia 23 de janeiro.

Em declarações à Lusa, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) confirma e diz que o departamento jurídico “está em cima da situação”.

O STEPH não vai agir institucionalmente contra o INEM, mas adianta: “os que são nossos sócios têm o nosso departamento jurídico que pode ajudar nos seus interesses até onde for preciso”.

Alguns dos formandos contaram à Lusa que, a partir do momento em que chumbaram num módulo que era eliminatório ficaram em casa – alguns há dois meses – a receber e sem nada fazer, admitindo que o INEM poderia usar os seus serviços no caso dos módulos em que ficaram aptos, como é o caso, nalgumas situações, do módulo CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes], um serviço com falta de meios.

Aliás, depois deste curso que arrancou em janeiro, com 200 candidatos, o INEM abriu um outro concurso para recrutar mais 200 técnicos de emergência pré-hospitalar, num reconhecimento da falta de meios a este nível. Há um ano, o défice de técnicos era superior a 400 relativamente ao que estava previsto no mapa de pessoal.

A Lusa questionou o INEM sobre, tendo em conta a falta de meios, porque não poderia usar os serviços destes candidatos pelo menos nos módulos em que já prestaram provas e o instituto respondeu que o período experimental (180 dias, duração de toda a formação) corresponde “ao tempo inicial de execução das funções do trabalhador” e que se destina “a comprovar se o trabalhador possui as competências exigidas pelo posto de trabalho que vai ocupar”.

“No caso dos TEPH, o período experimental coincide com a duração da formação específica, que visa dotar estes profissionais das competências imprescindíveis para o exercício das correspondentes funções” e que, “se os trabalhadores/formandos não obtiverem aprovação nos módulos da formação, então não podem exercer as funções para as quais foram contratados”.

Contudo, em declarações à Lusa, o presidente do STEPH dá o exemplo do Algarve para dizer que colegas que “já fizeram ambulância, ou já fizeram CODU”, que agora estão sem funções, “podiam estar a trabalhar”.

“Estou a falar de colegas que, ou começaram pelo módulo CODU, tiveram sucesso, e enquanto faziam formação, foram fazendo turnos, ou então o módulo CODU era o último, mas já fizeram o suficiente para fazer ambulância, e por isso foram fazendo ambulância”, explicou.

O responsável levanta ainda outra questão: “estão a formar técnicos com a formação toda que é suposto terem, quando já sabemos que a maioria, 98%, vão trabalhar para o CODU, módulo que só durou um mês”.

“Portanto, temos pessoas que iam trabalhar para o CODU, completaram a formação CODU com sucesso, mas porque chumbaram, por exemplo, no último módulo, na pediatria, o INEM quer despedi-los”, lamentou, lembrando que há vários TEPH que “só fazem CODU”.

Alertou ainda que o próximo concurso, também com 200 vagas para Lisboa e Vale do Tejo e Algarve, tendo em conta que uma parte dos que concorrem são do Norte, “quase de certeza que não vão atingir 50% das vagas”.

Este curso já esteve envolvido em polémica em abril, depois de a Lusa ter divulgado algumas denuncias a propósito de respostas a testes que estavam a ser partilhadas num grupo ‘WhatsApp’ com dezenas de formandos. Esta situação levou o INEM a anunciar que ia alterar os testes teóricos.

Últimas do País

Uma equipa da Comissão Europeia está entre hoje e quarta-feira em Lisboa para realizar uma avaliação "sem pré-aviso" às condições de segurança nas fronteiras áreas e marítimas portuguesas, avançou à Lusa o Sistema de Segurança Interna (SSI).
A procura das urgências hospitalares, do SNS 24 e do INEM aumentou entre 1 e 7 de dezembro, impulsionada pelo aumento de casos de gripe e infeções respiratórias, que atingiram níveis superiores aos de épocas anteriores, segundo a DGS.
O número de focos de gripe das aves em Portugal desde o início do ano subiu para 50, após terem sido confirmados mais quatro nos distritos de Santarém, Faro e Leiria, indicou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O Tribunal Constitucional (TC) declarou hoje inconstitucionais normas do decreto do parlamento que revê a Lei da Nacionalidade e de outro que cria a perda de nacionalidade como pena acessória no Código Penal.
O Hospital Curry Cabral, em Lisboa, realizou o primeiro transplante renal realizado integralmente por cirurgia robótica em Portugal, com o pai a doar o rim à filha, estando ambos a recuperar bem, anunciou hoje a ULS São José.
Portugal voltou a perder população para o estrangeiro. Depois da pandemia, a emigração acelerou e atingiu em 2023 o valor mais elevado dos últimos cinco anos, confirmando que milhares de portugueses continuam a procurar fora do país aquilo que não encontram cá dentro: trabalho, estabilidade e oportunidades.
Os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) rejeitam as críticas que lhes foram dirigidas no fim de semana pelo presidente do INEM, lembram que sempre estiveram "na linha da frente" e que ignorar estes profissionais é "desperdiçar conhecimento".
Seis distritos de Portugal continental vão estar sob aviso laranja, o segundo mais elevado, entre terça e quarta-feira, devido a agitação marítima, anunciou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Um sismo de magnitude 3,5 na escala de Richter foi hoje sentido no concelho de Évora, sem causar danos pessoais ou materiais, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A GNR deteve até 30 de novembro 12.506 pessoas por condução sob o efeito do álcool e 76 sob influência de substâncias psicotrópicas, drogas e outros produtos, informou esta segunda-feira a Guarda numa nota para assinalar a operação 'Roadpool'.