“Eu julgo que isso é simples de ser alcançado”, disse, especificando que o cartão do professor deveria, por exemplo, dar acesso a museus e a outros serviços culturais e educacionais.
Pedro Barreiro propõe também “reduções fiscais na aquisição de tudo aquilo a que os professores se sentem obrigados, não só nas deslocações e na residência, mas também na aquisição de materiais e bens que precisam para o exercício da profissão”.
“Poderíamos ver qual o teto a ser definido”, mas o objetivo é que os professores pudessem ter “condições excecionais também de valorização daquilo que é o seu papel” para atrair mais jovens para a profissão, porque sem professores “vamos ter um problema muito grave no futuro. Já o temos hoje”.
O secretário-geral da FNE defendeu que é necessário “dar todas as condições aos professores e àqueles que trabalham nas escolas, que são também parceiros no dia-a-dia”.
“Neste caso estou a falar enquanto professor, mas os nossos colegas, todos aqueles que estão nas escolas, somos todos juntos essenciais para alcançar aquilo que a sociedade pede e exige, que é qualidade”, disse.
Pedro Barreiro entende que para existir uma escola pública de qualidade, é preciso “adotar as condições necessárias e adequadas” a essa qualidade, e não andar “a cada ano a comparar ‘rankings’ de escolas públicas com escolas privadas”.
“Efetivamente, a escola pública não tem condições idênticas às escolas privadas e é normal que depois os ‘rankings’ traduzam algo que não corresponde à verdade, porque se a qualidade existe na escola privada, também há muita qualidade na escola pública”, considerou.
Pedro Barreiro falava aos jornalistas à margem de uma conferência de imprensa para dar a conhecer os resultados de uma consulta nacional sobre a carreira docente e as condições do exercício profissional, promovida pela Federação Nacional da Educação (FNE) e pela Associação para a Formação e Investigação em Educação e Trabalho (AFIET) realizado entre 13 e 27 de julho, a 4.638 professores, do pré-escolar ao secundário.