O procurador anunciou na rede social X que Walter Yonda e Carlos Obando Aquirre, membros da Frente Jaime Martinez do Estado-Maior Central (EMC), a maior dissidência das ex-FARC, estão a ser processados por homicídio qualificado, um crime que pode ser punido com até 50 anos de prisão.
Segundo o procurador, os dois suspeitos terão “transportado e ativado dois camiões nos quais estavam colocados vários cilindros contendo um material explosivo à base de nitrato de amónio e granadas de morteiro”.
Um dos veículos explodiu em frente à escola de aviação militar de Cali, a terceira cidade mais populosa do país.
No mesmo dia, perto de Medellín, a segunda maior cidade do país, 13 polícias foram mortos durante um tiroteio e o lançamento de um drone explosivo contra um helicóptero, quando as forças policiais cercavam plantações de coca.
A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína.
As autoridades atribuem os dois crimes a duas dissidências das ex-FARC, em conflito entre si, que rejeitaram o acordo de paz assinado em 2016.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, ele próprio um antigo guerrilheiro, anunciou na sexta-feira, também na rede social X, a prisão de Diomar Mancilla, membro da coluna Jaime Martínez, que, segundo o chefe de Estado, “participou no ataque contra a população civil”.
Após a onda de ataques, o ministro da Defesa, Pedro Sánchez, disse à comunicação social este sábado que o Estado colombiano está a usar todos os meios para “neutralizar as ameaças” à segurança, que atravessa a pior crise numa década.
O ministro participou numa reunião com responsáveis das forças de segurança em Antioquia (noroeste) para organizar a luta contra grupos guerrilheiros dissidentes, paramilitares e cartéis, que lucram com o narcotráfico, assim como com a extorsão e a exploração mineira ilegal.
Vários grupos dissidentes realizaram recentemente dezenas de ataques e são igualmente suspeitos do assassinato do senador e candidato presidencial de direita Miguel Uribe Turbay, atingido por dois tiros na cabeça por um adolescente de 15 anos contratado, enquanto discursava na capital, em 07 de junho.
As autoridades apontam o grupo “Segunda Marquetalia”, dissidente da guerrilha das Farc, como responsável por este crime, que chocou o país.