A informação consta do relatório factual hoje divulgado pelo painel de peritos da Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade (ENTSO-E, na sigla em inglês), que serve de primeiro balanço técnico do incidente.
O documento final incluirá a análise detalhada das causas profundas e recomendações para reforçar a resiliência do sistema elétrico europeu.
O relatório hoje apresentado confirma que o apagão foi desencadeado por uma sucessão de desligamentos súbitos de produção renovável, sobretudo solar e eólica, em várias regiões de Espanha, que retiraram mais de 2,5 gigawatts de capacidade à rede em menos de um minuto. A perda destes geradores reduziu a compensação reativa disponível, provocando um aumento brusco da tensão e levando ao colapso do sistema ibérico.
Às 12:33 (hora de Bruxelas), Portugal e Espanha perderam sincronismo com a rede continental, e os planos automáticos de defesa não conseguiram travar a cascata de falhas. Pouco depois, as interligações com França e Marrocos foram desligadas, isolando a Península Ibérica e culminando na falência total dos sistemas elétricos nacionais.
A reposição da rede iniciou-se de imediato, com arranques de emergência e apoio das interligações. Portugal conseguiu restabelecer o sistema de transporte às 00:22 de 29 de abril, e Espanha concluiu o processo cerca das 04:00 da mesma madrugada.